Apesar da expansão nas vendas, a rede Magazine Luiza registrou redução no lucro líquido e na rentabilidade no segundo trimestre do ano. A soma dos lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu magros 2,1% no período em relação a 2010. O comando do grupo diz que essa perda de vigor já era esperada e está dentro do calculado.
"Tivemos a Copa do Mundo no segundo trimestre do ano passado, o que torna a base de comparação mais alta. Houve uma mudança de mix de produtos comprados neste ano, o que afetou a margem do negócio", disse Marcelo Silva, diretor superintendente da rede.
Segundo o executivo, não há sinais de que a demanda esteja sofrendo algum arrefecimento no terceiro trimestre do ano. As vendas de mesmas lojas em julho cresceram acima de 20% e "agosto tem sido um bom mês", disse. "É claro que não sabemos o que pode acontecer e se percebemos sinais de mudanças no ar, então teremos que repensar nossa estratégia".
De acordo com os números publicados, no segundo trimestre a receita líquida subiu 37,3% ao atingir R$ 1,47 bilhão, mas o lucro encolheu 71,2%. A margem Ebitda caiu de 6,6% para 4,9%.
Apesar de dizer que não percebeu sinais de desaceleração nas atividades, alguns números da rede pioraram na comparação com o primeiro trimestre do ano. A receita líquida subiu tímidos 4% de abril a junho de 2011 em relação a janeiro a março. A margem Ebitda caiu de 5,9% para 4,9%. O lucro líquido, de R$ 12,3 milhões nos primeiros três meses, foi a R$ 4,6 milhões no segundo trimestre.
Quando questionado sobre essa comparação, Frederico Trajano, diretor executivo de vendas e marketing, disse que a piora de alguns indicadores é natural entre os dois trimestres. "Temos a liquidação do Magazine Luiza no começo do ano. É um evento de vendas fortes e puxam o resultado do primeiro trimestre", afirmou ele.
Segundo relatório de analistas, as despesas no segundo trimestre pressionaram os números da rede. As despesas gerais e administrativas aumentaram 60,3% nesse intervalo em relação a 2010, atingindo R$ 74,9 milhões de abril a junho. A mudança do escritório central do grupo de Franca, interior paulista, para São Paulo e a manutenção do escritório da Lojas Maia, comprada no ano passado, contribuíram para esse aumento.
Na soma total, o valor das despesas operacionais passou de quase R$ 298 milhões para R$ 410,7 milhões de abril a junho de 2011.
Veículo: Valor Econômico