Avanço de novas tecnologias e crédito fácil ajudam a popularizar TVs de LCD, antes inacessíveis à classe C. Aparelhos de LED e 3D são a vedete para mais ricos
Para quem sonha em ter uma televisão com tela de cristal líquido (LCD), a hora de realizar este desejo é agora. Os preços desses equipamentos despencaram, até 90% do valor inicial, desde que chegaram ao mercado brasileiro, entre os anos de 2003 e 2004. Em Fortaleza, no Centro, lojistas afirmam que só nos últimos seis meses o produto ficou 25% ainda mais barato. Um modelo de 32 polegadas que custava R$ 1.299 em janeiro, agora pode ser adquirido por até R$ 999 à vista, em lojas como a Rabelo, Laser Eletro e Super Crédito.
O motivo pelo qual a TV de LCD se tornou mais acessível pode ser creditado a chegada de aparelhos com ainda mais tecnologia como as televisões de LED, que, dizem os especialistas, superam a concorrente em qualidade de imagem e economia de energia, por exemplo. Mas não só isso. A valorização do real frente ao dólar, o aumento nos volumes de produção e a forte concorrência entre os fabricantes e os varejistas terminam de explicar o recuo de preços.
"Classe C" lidera compras
E preço baixo é sinônimo de maiores vendas, sobretudo entre a classe C, ávida por consumir. O gerente da Rabelo, da rua Senador Pompeu, Marcos Roberto Montenegro, diz que boa parte desse público, que ainda tinha em casa as televisões convencionais (CRT), já migrou para tecnologia LCD.
Entretanto, ele observa que a opção é por modelos menores, de 21, 24 e 32 polegadas, e de marcas mais baratas. "É o que está mais próximo da realidade deles. A diferença entre uma convencional e uma LCD do mesmo tamanho não é R$ 150. Mas a diferença entre LED e LCD ainda pesa no bolso, quase 40% de variação", analisa.
Quanto aos aparelhos convencionais ele é taxativo: "O prazo de validade das convencionais não chega a mais dois anos", afirma. Enquanto a classe C lidera as compras de LCD, as televisões de LED são vendidas em maior parte para as classes A e B, e o número de produtos comercializados já é expressivo na Capital, de acordo com os lojistas. "O consumidor que tem poder aquisitivo para comprar uma LCD de 42 polegadas ou maior, aposta logo na de LED", diz o gerente da Rabelo. Por lá, no último mês, os modelos de LED venderam a metade do que já vendem as LCD´ s. Na Super Crédito e Laser Eletro, ambas também na Senador Pompeu, a quantidade ainda é menor, mas em todas as lojas a expectativa é de que até o fim do ano os dois produtos estejam sendo comercializados nas mesmas proporções, e que até a Copa de 2014 o LED supere o LCD. O evento futebolístico já incentiva boa parte das compras de televisões em Fortaleza. O comerciante Pedro Furtado, que esteve em mais de cinco lojas pesquisando, decidiu por um modelo de LED, pensando que em três anos outro tipo de TV ficaria "ultrapassada".
E deve ficar mesmo. Todos os dias, as indústrias lançam novos equipamentos, cheios de novos acessórios e componentes, como entradas wi-fi e imagem 3D.
Por enquanto, ainda predominam as vendas de produtos mais acessíveis ao consumidor médio. Nas lojas Maia, por exemplo, apenas um modelo "top de linha" foi vendido este ano. "E mesmo assim foi um pedido transferido da loja do shopping", conta uma vendedora. "É besteira querer acompanhar as inovações e lançamentos. O mercado de eletroeletrônicos segue a mesma velocidade do de informática agora", diz Montenegro.
Veículo: Diário do Nordeste - CE