Apesar do bom resultado no trimestre, companhia adota cautela por conta das despesas e do cenário econômico
A estratégia da Hypermarcas de crescer por meio da compra de empresas e marcas no mercado levou a companhia a fechar o segundo trimestre deste ano com uma receita líquida de R$ 936,6 milhões, com alta de 25,4% sobre o mesmo período do ano passado. Destaca-se dentro do plano da companhia a aquisição da fabricante de medicamentos Mantecorp por R$ 2,5 bilhões realizada no final do ano passado, iniciativa que mais influenciou os últimos resultados da companhia.
“A empresa vem buscando aquisições de companhias de lucratividade mais alta e isso nos levou a atingir aumentos de dois dígitos”, afirma Martim Mattos, diretor financeiro da Hypermarcas.
Crise econômica
Entretanto, após dez anos de atuação, a estratégia agressiva da Hypermarcas pode passar para a defensiva no restante deste ano por conta das incertezas em relação ao cenário econômico. Por conta deste rápido crescimento, as despesas gerais e administrativas atingiram R$ 74,5 milhões, um aumento de 69,8% em comparação com o ano passado. Já os gastos com vendas chegaram a R$ 168,8 milhões, com alta de 47,6%, e as de marketing atingiram R$ 209,8 milhões e alta de 24,2%.
No balanço divulgado pela companhia, está que “a volatilidade nas vendas mensais poderá continuar até o final do ano, a depender das decisões do governo sobre a política econômica”, se referindo ao aumento de juros para conter inflação, aumento do nível de endividamento das famílias e queda do poder de compra, que criaram sentimento de preocupação e aversão ao risco.
Por conta deste cenário de dúvidas no consumo para os próximos meses, a Hypermarcas reduziu sua estimativa de geração de caixa para 2011, que estava acima de R$ 1 bilhão e passou para cerca de R$ 900 milhões.
Nova estrutura
A partir deste mês, a companhia inicia uma nova estrutura organizacional, onde estará dividida em duas unidades de negócios: Farma, que incluirá todos os negócios de medicamentos, e o de Consumo, que abrange todo o portfólio de Cosméticos, Fraldas, Limpeza e Alimentos.
“Essa mudança deve-se ao tamanhoque a empresa atingiu e ao seu amadurecimento no mercado. Alémdisso, precisamosde pessoas especializadas à frente de cada uma das áreas para obtermos os melhores resultados”, diz o diretor financeiro da Hypermarcas.
A unidade Farma será presidida temporariamente por Claudio Bergamo, atual presidente executivo da companhia, enquanto que a área de Consumo terá à sua frente Nelson Mello, atual presidente comercial.
Na divisão realizada, cada unidade de negócio fica responsável pelo seu resultado operacional, tendo em paralelo duas áreas de serviços: a direção geral de operações e a direção geral financeira.
Após dez anos de atuação, a estratégia agressiva da Hypermarcas pode passar para a defensiva no restante deste ano por conta das incertezas em relação à economia
Veículo: Brasil Econômico