A safra de feijão no Nordeste, em fase final de colheita, registra fortes perdas e pode resultar em preços mais altos para o consumidor no país.
A estiagem na região, intensificada nas últimas cinco semanas, prejudicou a produtividade nas lavouras.
Para Vlamir Brandalizze, sócio da consultoria Brandalizze, o Nordeste registra perda média de 80%.
No município baiano de Adustina, um dos maiores produtores de feijão nesta época do ano, a colheita deve ficar em apenas 10 mil sacas -a região produz, em média, 200 mil sacas por safra.
A oferta abaixo do previsto não deve ser suficiente para abastecer o próprio Nordeste. E a escassez obrigará varejistas nordestinos a buscar feijão em outras regiões, como Minas Gerais e Goiás, elevando os preços no país.
Segundo Brandalizze, em setembro, quando todo o feijão do Nordeste já terá sido comercializado e será preciso buscá-lo em outras regiões, o preço médio da saca no país pode aumentar entre R$ 20 e R$ 50. Hoje, o feijão-carioca é vendido entre R$ 90 e R$ 120 por saca, em média.
Para o consumidor, o consultor estima alta de R$ 0,50 a R$ 1 por quilo. "O quilo do carioca, hoje vendido entre R$ 2 e R$ 3 no varejo, dependendo da região, pode ficar entre R$ 3 e R$ 4 na média nacional", estimou.
Ontem, o IEA (Instituto de Economia Agrícola) mostrou alta de 2,56% no preço do feijão em São Paulo, onde a saca de 60 quilos é comercializada a R$ 100. No mês, o feijão sobe 17,6% no Estado.
As recentes geadas no Paraná, onde o feijão encontra-se em fase de plantio, também contribuem para a alta.
Veículo: Folha de S.Paulo