Nordeste deve puxar setor de conveniência

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Região, ao lado do Centro-Oeste, tem previsão de expansão de 15% ao ano até 2012, acima da média nacional de 11%
Brasil tem lojas de conveniência em 16% dos 38 mil postos; nos EUA, índice é de 89%, e, na Argentina, de 49%

 

O Nordeste e o Centro-Oeste são as regiões do país com maior potencial para expansão do segmento de lojas de conveniência no país. A avaliação é do Sindicom (sindicato que reúne as distribuidoras de combustíveis e de lubrificantes).

 

A projeção é que esse mercado cresça 15% ao ano em número de lojas em 2011 e 2012, acima da média nacional (11% ao ano).
Hoje, o Brasil tem 16% dos quase 38.400 postos de combustíveis com lojas de conveniência. São 6.153 estabelecimentos.

 

A parcela é bem menor que a verificada nos EUA (89%) e em países da América Latina, como Argentina (49%), Venezuela (38%) e Chile (34%).

 

O Sindicom destaca que o mercado de conveniência está muito ligado ao crescimento da renda do consumidor e das vendas de veículos, assim como ao aumento da urbanização -que gera mais trânsito nas ruas.
"Esse tipo de comércio tem a vantagem de oferecer o estacionamento, que é o próprio posto de combustível", afirma Alísio Vaz, presidente do Sindicom.
"O cliente que opta pela loja de conveniência é o consumidor 'motorizado', que não quer perder tempo entrando em supermercados ou mesmo em estabelecimentos menores, como padarias e redes de 'fast food''', completa.

 

Mas Vaz afirma que essas opções de menor porte têm se tornado concorrentes mais importantes para as lojas de conveniência.
"Tudo tem crescido no país. Por isso, o potencial para a conveniência tende a ser maior em cidades com menos alternativas", afirma.

 

Além disso, nesses locais, as lojas de conveniência se transformam em procurados pontos de encontro para lazer de públicos com poucas opções de entretenimento.
"Observamos isso no Nordeste e no Centro-Oeste, para uma classe média que, agora, tem uma moto ou um carro", afirma Luciana Aguiar, sócia-executiva da Plano CDE, empresa de consultoria e pesquisa.

 

Ainda de acordo com o Sindicom, o perfil das lojas de conveniência têm mudado para atender a demanda, incorporando mais itens de alimentação, como sanduíches, saladas e até refeições prontas. "É uma tendência mundial", afirma Vaz.

 

MERCADO GLOBAL

 

O Sindicom projeta também que, com o ritmo atual de expansão do setor, o cenário no Brasil se equipare ao dos vizinhos Venezuela e Chile em três ou quatro anos.
A tendência, para a instituição, é o crescimento das redes de lojas pertencentes a distribuidores, como BR Mania (do posto BR), Am/Pm (Ipiranga), Entreposto (Ale) e Select (da Raízen, união de Shell e Cosan).

 

Essas redes representam cerca de 50% do total de lojas de conveniência do país.
A Raízen, que tem hoje cerca de 500 lojas, pretende duplicar o total em quatro anos. Ao menos 150 devem estar em funcionamento até o próximo mês de dezembro.
"Miramos tanto em lojas novas quanto na formatação de pequenos pontos de venda que os distribuidores já tenham aberto nos postos por conta própria", diz Leonardo Linden, diretor-executivo de marketing da Raízen.

 

Faturamento de posto com loja é 35% maior

 

Postos de combustíveis com lojas de conveniência faturam, em média, 35% mais do que os que não as têm, dizem distribuidores ouvidos pela Folha.
O cálculo considera um aumento de cerca de 15% das vendas de combustíveis -com mais clientela- e um valor médio de vendas de produtos, como itens de alimentação, de R$ 160 mil por mês.

 

E o Brasil é foco de interesse de estrangeiros do ramo de conveniência.
Hank Armour, presidente da associação norte-americana do setor, que participa da ExpoPostos & Conveniência, feira internacional promovida de hoje a quinta-feira em São Paulo, destaca o potencial desse mercado.
"Não sei dizer quais grandes redes dos EUA poderiam expandir atuação no Brasil, mas todas estão interessadas no país."

 


Veículo: Folha de S.Paulo


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