Kepler vai apresentar estudo sobre armazenagem a Dilma

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A empresa brasileira Kepler Weber, líder no segmento de equipamentos para armazenagem de grãos na América do Sul está desenvolvendo uma análise detalhada, para apresentar ao governo, apontando pontos que inibem o interesse dos pequenos e médios produtores na busca por investimentos em armazenagens no País. A afirmação foi feita pelo diretor presidente da companhia, Anastácio Fernandes Filho, durante a apresentação dos resultados do primeiro semestre aos acionistas da empresa. Para o executivo, o desenvolvimento da infraestrutura de armazenagem no País não acompanha o crescimento da produção de grãos.

 

Apesar do bom momento vivido pela agricultura brasileira, com uma produção crescente e uma rentabilidade maior, os investimentos em armazenagem ainda estão aquém dessa evolução, com um déficit de 30% em capacidade estática.

 

O presidente da companhia Kepler Weber afirmou que a falta de estímulos governamentais para minimizar esse déficit limitam ainda mais o desenvolvimento do setor. "Essa é uma questão recorrente, continuamos com uma falta de estruturas para armazenar grãos. Percebo que há falta de uma política de governo, de um plano para reduzir esse déficit que representa em muitos casos a perda da produção de grãos de até 10%. O Brasil se desenvolveu bastante com tecnologias para a produção de grãos, mas faltam políticas para o pós-colheita", garantiu Fernandes Filho.

 

Para ele, o caso ainda é agravado por regiões que alteraram a sua cultura de grãos para outras modalidades, com gado, cana de açúcar entre outros, deixando as estruturas graneleiras sem utilidade. "Temos a sobra desses recursos em algumas regiões e a falta em outros. Na região do centro-oeste, muitas áreas de armazenagem estão rodeadas por cana, ou seja, não servem mais para armazenar grãos, e isso nos mostra que a capacidade de armazenagem apresentada no Brasil não é real. Além disso, os pequenos e médios produtores ficam assustados com a burocracia para conseguir um financiamento, pois a cobrança é igual a realizada para grandes agricultores".

 

Para ele, a forma mais clara de demonstrar isso é em relação a legislação ambiental. "Em relação ao meio ambiente os pequenos e médios produtores tem que responder pela mesma papelada, e com o mesmo nível de exigência, destinada aos grandes produtores, e isso inibe a busca, porque eles acham tão complicado reunir as documentações, que desistem", contou.

 

Resultados

 

A empresa Kepler Weber fechou o primeiro semestre do ano com incremento de 16% em suas vendas, na comparação com o mesmo período do ano passado, passando de R$ 229 milhões, para R$ 267 milhões esse ano. Já o seu lucro líquido obteve um incremento de 109% no periodo.

 

Apesar dos bons resultados vistos no semestre, a falta de condições de recebimento dos produtos por parte de clientes ocasionou em atrasos nas entregas e também contribuiu para um desempenho inferior no segmento de armazenagem agrícola neste trimestre em relação a 2010. As vendas no segundo trimestre do ano tiveram uma redução de 8% se comparado ao mesmo período do ano passado.

 

"Nosso processo é produzir o que está vinculado aos pedidos, nós só processamos a matéria prima que temos o pedido confirmado. Com isso o incremento nas vendas desse semestre, só refletirão em um aumento na produção do semestre seguinte. Por isso a redução de 5% na produção nesse primeiro período", disse o diretor presidente da empresa Anastácio Fernandes Filho.

 

O lucro líquido no segundo trimestre do ano foi de R$ 6,2 milhões, que representa um crescimento de 69,8% em relação ao mesmo período de 2010, quando registrou R$ 3,7 milhões. No semestre, o resultado foi positivo em R$ 3 milhões, ante o lucro líquido de R$ 1,5 milhão registrado no mesmo período do ano anterior. Já a receita líquida apresentou crescimento de 13,4%, alcançando R$ 86 milhões no segundo trimestre de 2011, em comparação com R$ 75,8 milhões registrados em igual período do ano anterior. A margem líquida realizada pela Kepler atingiu 7,2% ante 4,8% visto em 2010, atingindo resultado Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 10,3 milhões.

 

A empresa que possui negócios em armazenagem no mercado interno, armazenagem especial, exportação e Departamento de peças e serviços, obteve crescimento em todos os setores exceto em armazenagem no mercado interno. Segundo Fernandes Filho isso não representa uma tendência para o ano, visto que grande parte dos produtores, investe somente no segundo semestre após o plantio. "Tivemos um represamento nas entregas desse semestre basicamente por conta da menor obtenção dos financiamentos por parte de nossos clientes, que represou um pouco a execução na carteira, e o segundo é em relação a própria sazonalidade, pois nossos clientes compram equipamentos para uso na próxima safra", disse ele.

 

Veículo: DCI


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