Indústria de rastreador cresce até 40% com regra do Contran

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A aprovação pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) do cronograma para a instalação de equipamento antifurto em veículos novos produzidos e saídos de fábrica, nacionais e importados, a serem licenciados no País, , na última sexta-feira traz uma promessa de lucro para a indústria nacional de rastreadores automotivos. A expectativa do setor é triplicar a produção de olho em um novo mercado de aproximadamente 6 milhões de unidades. que a resolução 245 de 27 de julho de 2007 criou.

 

De acordo com Etiene Guerra, diretor executivo da fabricante nacional Maxtrack - fabricante brasileira de rastreadores - a empresa dependia do cronograma de implantação, que era negociado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), para iniciar os investimentos na ampliação. De acordo com a resolução os rastreadores terão que ser instalados em 20% da produção total de veículos. A instalação deve chegar a 40% em fevereiro do ano seguinte atingindo sua totalidade em agosto de 2010.

 

A Maxtrack, tem hoje uma capacidade produtiva de 80 mil equipamentos, entre rastreadores, modem e terminal de dados. Para atender à demanda das montadoras, a empresa irá ampliar sua capacidade produtiva para 220 mil equipamentos. "Estamos trabalhando para ampliar a capacidade de produção. Pretendemos triplicá-la", afirma Guerra. Hoje, a empresa produz 30 mil equipamentos por mês. No ano passado, o faturamento da empresa foi de R$ 40 milhões. Este ano, a expectativa é de um crescimento de 40%, com um faturamento de R$ 58 milhões.

 

"Os investimentos serão aplicados ainda este ano. Temos recursos próprios e por isso não dependemos de crédito", defende-se Guerra. "Também temos um projeto de ampliação da nossa área fabril em andamento, estamos também em contato com os fornecedores para aumentar o fornecimento", afirma.

 

A oscilação cambial, no entanto, dificulta os negócios. Isso porque a maior parte dos componentes eletrônicos usados na fabricação de rastreadores são importados. "As grandes variações que acontecem é que dificultam nosso trabalho com os fornecedores". Mesmo com o cronograma da resolução final do Contran, Guerra não acredita que a indústria nacional de componentes eletrônicos para rastreadores venha a se desenvolver. "Eu não acredito que os componentes passem a ser nacionais. Não justifica montar uma fábrica de componentes no Brasil porque mesmo aumentando a demanda, o mercado brasileiro tem pouca representatividade para estas grandes empresas."

 

Outro lado

 

Para a Fundação Procon de São Paulo (Procon-SP), a medida vai onerar apenas o consumidor final "Ele [consumidor] assumirá na verdade dois custos extras, o custo do novo equipamento no carro - que certamente as montadoras repassarão - e o custo da contratação do serviço de rastreamento, pois o aparelho sozinho de nada adianta", afirma o assessor-chefe da diretoria executiva do Procon-SP, Carlos Augusto Machado Coscarelli.

 

Já a Anfavea vai tentar negociar um prazo ainda maior para a inclusão dos rastreadores na linha de produção. A proposta é que o programa comece em janeiro de 2010 pelos modelos mais caros e gradualmente se estenderia ao restante da produção ate o final de 2010.

 

A resolução de nada vai adiantar se os consumidores não ativarem o serviço de rastreamento. Em março do ano passado, a Volkswagen passou a oferecer rastreadores automotivos em todas as linhas de veículos nacionais. O serviço durou apenas três meses e foi retirado em junho do mesmo ano. Segundo a montadora, os três meses foram um período de experiência que não teve continuidade devido, justamente, à falta de demanda na ativação do sistema de rastreador nas empresas especializadas.

 

Resolução do Conselho Nacional de Trânsito para a instalação de equipamento antifurto em veículos deverá triplicar a produção de aparelhos, chegando a 6 milhões de unidades.

 

Veículo: DCI


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