Grupo pretende abrir 20 lojas de seu 'atacarejo' - mistura de atacado e varejo - por ano entre 2012 e 2014
Uma das apostas do Grupo Pão de Açúcar para expansão nos próximos anos será a rede de lojas Assaí, com um mix de produtos direcionados ao varejo e também ao consumidor atacadista. Segundo o presidente do Pão de Açúcar, Enéas Pestana, a expectativa é de que sejam abertas vinte lojas anualmente, totalizando 60 novas unidades entre os anos de 2012 e 2014. "O Assaí é o modelo que nos traz um dos maiores retornos sobre o capital empregado entre todos os nossos formatos", disse Pestana. Entre as regiões alvo da expansão estão o Nordeste e o Centro-Oeste.
O executivo destacou que, do ponto de vista da companhia, não há muitas opções para aquisições de redes focadas no modelo de "atacarejo" atualmente no País. Dessa forma, a expansão do Assaí deverá ser feita de forma orgânica. Ele brincou que apenas as lojas do Atacadão, pertencentes ao Carrefour, interessariam. A ideia da companhia é, a partir do ano que vem, ingressar mais fortemente em municípios com mais de 120 mil habitantes.
Segundo ele, as recentes reformulações do Assaí proporcionaram à rede ampliar o tamanho médio das lojas e também o público a ser atingido. As novas lojas, com maior área média de venda, custarão entre R$ 20 milhões e R$ 22 milhões, ante um custo médio de R$ 10 milhões e R$ 15 milhões dos modelos antigos. "Estamos nos aproximando, de certa forma, do modelo do próprio Atacadão, focado nos revendedores", disse. Desde o ano passado, Belmiro Gomes, ex-executivo do Atacadão, está por trás dessas reformulações.
Sobre as negociações com fornecedores em termos de aumento dos custos, como os resultantes da alta da inflação, Pestana destacou que vem ocorrendo um equilíbrio. "No passado, havia uma briga entre a indústria e o varejo, mas atualmente essa relação mudou. É raro ter um conflito que leve, por exemplo, a retirada de algum produto das lojas", disse.
Conselho. Pestana disse que, durante as reuniões do conselho de planejamento estratégico da companhia, que ocorreram na semana passada, foram apresentados cenários aos acionistas controladores da companhia, entre eles Abilio Diniz e Jean-Charles Naouri, presidente do Casino, sobre como ficaria a competição no varejo nacional, caso Walmart ou Cencosud arrematassem o Carrefour. Mas Pestana disse se tratar apenas de "uma análise", para subsidiar os encontros. "Estamos sempre atentos aos movimentos dos concorrentes", disse.
De forma geral, o executivo destacou que os encontros de planejamento tiveram um clima "tranquilo, amigável e respeitoso". "Não foi abordado nenhum assunto fora da agenda", afirmou, ao ser questionado por jornalistas se o tema da fusão com Carrefour foi discutido durante os encontros.
O executivo evitou dar projeções para o valor dos investimentos dos próximos anos. Disse apenas que serão correspondentes à geração de caixa da companhia no período, subtraindo-se deste cálculo os gastos com juros, impostos e dividendos.
Veículo: O Estado de S.Paulo