Confecções de Divinópolis otimistas

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Encomendas natalinas respondem por 30% das vendas de todo o ano.


As 660 confecções que compõem o polo de moda de Divinópolis, na região Centro-Oeste do Estado, estão confiantes com a aproximação do Natal, período que tradicionalmente representa 30% das vendas contabilizadas ao longo do ano. Com o aquecimento das encomendas natalinas, os empresários esperam fechar 2011 com crescimento de 12% em comparação com o resultado do exercício passado.

O Natal será a chance para o Arranjo Produtivo Local (APL) registrar um incremento nas vendas já que, entre janeiro e junho, o polo manteve o mesmo patamar de faturamento dos seis primeiros meses do ano de 2010. Além da chegada do fim do ano, o presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Divinópolis (Sinvesd), Antônio Rodrigues, destaca a aproximação do verão, estação que responde por cerca de 60% das comercializações efetivadas pelas confecções.

Rodrigues diz, inclusive, que no caso das empresas que vendem peças sob medida, as vendas da coleção de verão já foram encerradas. Considerando toda a cadeia produtiva dda confecção, o APL é composto por 1.100 negócios. Ao todo, o polo de moda produz anualmente cerca de 20 milhões de peças.

Mão de obra - O presidente do Sinvesd afirma que a fabricação poderia ser maior se não fosse o entrave da escassez de mão de obra qualificada no mercado. De acordo com ele, algumas companhias, mesmo terceirizando parte da produção, terão que dispensar encomendas para dar conta da demanda. Para minimizar o entrave, Rodrigues fala em intensificar em 2012 o trabalho de capacitação profissional.

A falta de mão de obra capacitada poderá afetar os planos da Colibri Confecções para o fim de ano. Conforme o proprietário da empresa, que fabrica moda unissex, Cléber Carvalho, ainda é cedo para estimar o número de contratações extras. Porém, certamente será necessário ampliar o quadro de funcionários para atender às encomendas para o Natal. O empresário não especificou de quanto será o aumento da produção.

Embora não tenha apresentado números, Carvalho está otimista e acredita que os resultados contabilizados nesta época incrementem a rentabilidade do negócio. Somente no primeiro semestre, a Colibri registrou um salto de 20% em comparação com igual intervalo de 2010.
Apesar do bom momento e da perspectiva positiva, o empresário está receoso com os próximos meses. Além de temer que reflexos da crise na Europa e nos Estados Unidos cheguem ao Brasil, Carvalho diz que a recente alta do dólar ante o real poderá pesar no caixa da companhia, devido ao peso dos tecidos importados.

Já o proprietário da Confecções Alabastro Ltda, Maurício Soares, também está de olho em como as medidas macroprudenciais adotadas pelo governo federal para conter a supervalorização do real e a inflação afetarão seu negócio. Ele diz que no primeiro semestre a empresa sofreu 15% de retração e atribui a queda à alta dos juros mantida pelo Banco Central até o início deste mês e às ações para frear os financiamentos.

"Minha expectativa é que agora melhore, mas o comércio está devagar", enfatiza. Entretanto, com o Natal, ele prevê que no acumulado do ano a empresa registre crescimento de pelo menos 10%. Além da aproximação da data, Soares acredita em um possível aquecimento nas vendas graças à queda da taxa básica de juros de 12,5% para 12%. Em média, a Alabastro, confecção exclusiva de jeans, produz 3.000 peças por mês.

Apesar de acreditar que o período entre julho e dezembro será suficiente para recuperar o arrefecimento acumulado no primeiro semestre, o empresário já pensa em colocar os pés em um novo mercado. A ideia de Soares, que já investiu R$ 500 mil na diversificação do seu negócio, é abrir um atacado de tecidos que atenda a todo o Brasil.

Ele explica que o objetivo é integrar um segmento em que a margem de crescimento é maior e que esteja menos saturado do que o ramo de confecções. O Atacado Alabastro deve ser inaugurado no ano que vem mediante um investimento total de aproximadamente R$ 1 milhão.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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