A proximidade do Natal aumenta o otimismo do setor varejista para os últimos meses do ano
As entidades representantes do comércio varejista da Capital e de Minas Gerais estão confiantes no desempenho do setor no restante de 2011 e apostam em crescimento das vendas entre 7% e 8% no acumulado do ano na comparação com 2010. Conforme os economistas da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) e da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), as previsões estão baseadas no bom desempenho da economia, com aumento do emprego e da renda do consumidor.
De acordo com a gerente do Departamento de Economia da Fecomércio Minas, Silvânia de Araújo, apesar dos pequenos sinais de desaquecimento da economia registrados nos últimos meses e da recente instabilidade econômica internacional, de uma forma geral a conjuntura econômica brasileira tem se mantido firme e favorável ao consumo. "O próprio aquecimento do mercado interno está permitindo a manutenção na confiança da economia e o aumento do consumo. claro que não teremos um ano tão vigoroso quanto foi 2010, mas vamos crescer acima da média brasileira", diz.
Segundo ela, enquanto o varejo nacional deverá apresentar incremento de 6,5% em 2011 na comparação com o exercício anterior, o comércio varejista mineiro deverá fechar o ano com alta entre 7% e 8% na mesma base de comparação. "Alguns componentes, em especial os juros e a injeção de recursos na economia têm nos indicado o desenvolvimento. Primeiramente, porque a taxa de juros (Selic) voltou a cair e, segundo, porque, com o pagamento do 13º salário, é estimada uma entrada de cerca de R$ 10 bilhões na economia do Estado", justifica.
Em relação aos segmentos que possivelmente terão maior influência sobre o resultado, Silvânia de Araújo aposta naqueles voltados para residências, como materiais de construção e eletroeletrônicos. Além dos tradicionais setores aquecidos pelas compras de Natal - a principal data para o comércio, em volumes de comercialização -, como vestuário, calçados e perfumaria.
Comprometimento - Na outra ponta, a gerente do Departamento de Economia da Fecomércio Minas lembra que o fator que poderá, de alguma forma, atrapalhar a disposição dos consumidores nos últimos meses de 2011 é o endividamento das famílias. Conforme ela, pesquisa realizada pela entidade revelou que cerca de 80% dos entrevistados possuem compromissos financeiros para os próximos três meses. "Isso poderá inibir as compras ou o próprio volume a ser comprado", destaca.
Na capital mineira o otimismo também se deve ao aquecimento da economia e ao aumento do emprego formal na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) como um todo. Segundo a economista da CDL-BH, Ana Paula Bastos, a previsão é de que o comércio belo horizontino registre expansão de 7% a 8% nas vendas neste exercício na comparação com 2010. No acumulado dos sete primeiros meses de 2011, o índice chegou a 6,15% de crescimento.
"Apesar da restrição ao crédito, com o aumento dos níveis de emprego as pessoas continuam tendo acesso ao mesmo. Além disso, recentemente tivemos a redução da Selic, que irá contribuir ainda mais para os níveis de comercialização, com a queda das taxas de juros", afirma.
Veículo: Diário do Comércio - MG