Le Biscuit, da Bahia, inicia expansão no mercado paulista

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De Feira de Santana para um novo shopping de São Paulo. A rede de lojas de departamento Le Biscuit, nascida no interior da Bahia, inaugura no próximo mês sua primeira unidade na capital paulista. Será no Shopping Mooca, que abre as portas no fim de novembro.

A empresa vinha centrando sua expansão principalmente na Bahia, mas este ano começou a investir também no mercado paulista. Primeiro, no interior: abriu no mês passado uma loja em Campinas e outra em Indaiatuba. Com um faturamento previsto de R$ 200 milhões, a Le Biscuit fechará 2011 com sete novas lojas, 20 no total.

Seu forte é vender utilidades domésticas, brinquedos, artigos para festa e itens de papelaria, o que atrai um público formado principalmente por mulheres das classes B e C. Pelos menos nos Estados do Nordeste, as clientes gastam em média R$ 40 a cada visita às lojas. A Le Biscuit não vende alimentos nem roupas.

"Estamos em várias cidades do Nordeste, mas achamos mais fácil crescer numa região grande e ao mesmo tempo com uma concentração de consumidores, não tão pulverizada como no Nordeste", disse ao Valor o diretor-presidente da empresa, Álvaro Sant'Anna.

Além das unidades em São Paulo, a Le Biscuit abriu este ano mais lojas em Salvador e Itabuna (Bahia) e em Nossa Senhora do Socorro (Sergipe). Até o fim do ano terá uma em São Luís, no Maranhão. O investimento aproximado para cada loja é de R$ 3 milhões. Atualmente, a rede tem 17 lojas: na Bahia (onde estão 13 delas), Sergipe e São Paulo.

Sant'Anna considera não ter um grande concorrente direto. A Tok Stok vende decoração e utensílios como a Le Biscuit, mas para um público com mais poder aquisitivo. A que mais perto estaria de disputar seus clientes seria as Lojas Americanas, mas mesmo assim, diz o executivo, boa parte do mix de produtos é outro.

A Le Biscuit foi fundada em 1968 pelo pai de Sant'Anna, Aristóteles Sant'Anna, e por seus tios, que deixaram o negócio em seguida. Era então uma pequena loja de armarinhos da cidade baiana de Feira de Santana. Aristóteles continua atuando na empresa, mas legou o comando para o filho. Só em 1992, os Sant'Anna abriram a primeira filial da empresa. A cidade escolhida foi Salvador. Nos anos seguintes, a marca se expandiu pela Bahia e montou sua primeira unidade em Aracaju.

Em 2012, o plano é ter mais dez pontos de venda, das quais cinco ou seis, diz Álvaro Sant'Anna, em São Paulo. "Dessas, quatro já fechamos com shopping centers. Uma será em Piracicaba, outra em Limeira." Em relação às outras duas, uma será na capital e outra no interior, diz o empresário, afirmando que não quer divulgar onde exatamente as lojas serão montadas porque os contratos com os shoppings ainda não foram assinados.

Com as novas lojas no Estado de São Paulo, o sistema de fornecimento deve mudar. "Nossa meta é montar um centro de distribuição no segundo semestre de 2012 para atender às lojas paulistas. Por enquanto, as entregas são feitas loja a loja."

Com as novas dez unidades planejadas para o ano que vem, a previsão da empresa é alcançar um faturamento de R$ 300 milhões - ante os R$ 200 milhões previstos para este ano e os R$ 140 milhões registrados em 2010.

O timing para esses planos não parece dos melhores. A economia brasileira caminha para uma desaceleração em 2012, que já se faz sentir agora; e no front externo há um sério risco de novas recessões nos EUA e na Europa, cujos efeitos provavelmente alcançariam o Brasil. O varejo, na verdade, já vem perdendo força. Entre julho e agosto, o setor teve queda de 0,4%.

"Nos últimos meses, sentimos uma desaceleração muito sutil nas nossas vendas. No primeiro semestre, crescemos 11% e no segundo deveremos crescer 9% ou 10%", diz Sant'Anna. "Estamos atentos, nenhuma empresa fica imune [a uma desaceleração]. Mas o nosso negócio cabe mesmo em momentos de diminuição no ritmo de consumo. Temos uma estrutura de capital que nos permite, por exemplo, inaugurar dez lojas no ano que vem." Segundo ele, a expansão para o mercado paulista está em estudo desde 2009.

Ademais, avalia ele, o quadro que vem se desenhando para o próximo ano está longe de ser o que se viu em 2008. "2012 será um ano recorde em termos de abertura de shoppings no Brasil", diz.


Veículo: Valor Econômico


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