BTG compra rede de farmácias do Pará

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Brazil Pharma, controlada pelo banco, paga R$ 453 milhões pela Big Ben, com 146 lojas


A Brazil Pharma, braço de farmácias do banco BTG Pactual, anunciou ontem a compra de 100% da rede paraense Big Ben por R$ 453,6 milhões. Com a aquisição da líder no mercado do Pará, com 146 lojas e receita de R$ 800 milhões, o faturamento da Brazil Pharma chega perto de R$ 2 bilhões. A Big Ben será a quinta marca do grupo - as outras são a Farmais, Guararapes, Mais Econômica e Rosário.

A exemplo do que ocorreu com as outras marcas, o empreendedor original será mantido à frente do negócio - no caso da Big Ben, fica no comando o empresário Raul Aguilera. Do total pago pelo BTG, a família receberá R$ 275 milhões em dinheiro. O restante será pago em ações da Brazil Pharma. A rede paraense foi assessorada no negócio pelo banco Credit Suisse.

A aquisição da Big Ben teve pitadas de drama. Nos últimos dois meses, a Brazil Pharma negociava a compra da maior rival da Big Ben no Pará, a Extrafarma. Segundo fontes, o BTG estaria disposto a pagar R$ 260 milhões pelo controle da Extrafarma - os donos da empresa, no entanto, teriam pedido algo em torno de R$ 400 milhões. Uma negociação para um valor intermediário estava em curso.

No entanto, em meados de outubro, a Brazil Pharma foi surpreendida pelo início de uma negociação paralela entre a Extrafarma e a Big Ben. Como as duas redes eram consideradas atraentes na avaliação do banco - e a ordem na Brazil Pharma era sair de sua posição intermediária no setor de farmácias -, o fim da negociação com a Extrafarma abriu espaço para o início das conversas com a Big Ben.

O diretor de relações com o investidor da Brazil Pharma, Renato Lobo, admite a negociação prévia com a Extrafarma, mas afirmou que a decisão pela Big Ben foi motivada essencialmente pelo fato de se tratar de um ativo de melhor qualidade.

Segundo o BTG, cerca de 20% da receita da Big Ben são provenientes de produtos proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em drogarias, como livros, CDs e DVDs. A Big Ben mantém os produtos nas prateleiras com liminares. "Por enquanto, os produtos continuarão a ser vendidos até que uma decisão definitiva sobre o tema seja tomada", disse Lobo.

Segundo fontes de mercado, tanto a Big Ben quanto a Extrafarma eram consideradas atraentes pela Brazil Pharma por conta do perfil de suas lojas, que seguem um layout que foge do padrão popular característicos de grandes redes de fora do eixo Rio-São Paulo, como a Pague Menos. Essa característica garante um faturamento maior por unidade.

No caso da Big Ben, o BTG agiu rápido para evitar uma fusão entre as duas companhias e, assim, perder a chance de aumentar sua presença no Norte do País, região pouco explorada pelas grandes redes de farmácias nacionais, que ainda se concentram no Sul e Sudeste. "No fim das contas, quem saiu prejudicada foi a Extrafarma. Tendo o BTG por trás, a Big Ben fica muito mais forte, com mais chance de negociação com fornecedores e competição pelo preço", diz fonte próxima ao acordo.

Apetite. A aposta do mercado é que as compras da Brazil Pharma devem continuar nos próximos meses - entre os alvos olhados de perto pelo banco está a rede São Bento, de Mato Grosso do Sul. Mesmo com a nova aquisição, o faturamento das marcas da Brazil Pharma ainda fica bem atrás do das líderes de mercado - os grupos formados pela união de Drogaria São Paulo/Pacheco e DrogaRaia/Drogasil, que têm receitas acima de R$ 4 bilhões.


Veículo: O Estado de S.Paulo


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