A Procter & Gamble vai dobrar a área construída de sua fábrica de Manaus (AM), de 137 mil m2, que fornece os produtos das marcas Gillette e Oral-B para todo o Brasil. A P&G comprou um centro de distribuição da Samsung próximo à unidade atual e vai aproveitar parte da estrutura existente. A linha de produção adicional vai fabricar somente aparelhos de barbear Gillette. As obras de adaptação terão início em janeiro de 2012 e a operação em dezembro.

"A fábrica atual já está no limite. Se a demanda crescer 20% não consigo mais suprir. A nova área é capaz de absorver o volume de Gillette nos próximos dez anos", afirma Gabriela Onofre, diretora de assuntos corporativos da P&G. Segundo o Valor apurou, a fábrica da Samsung custou R$ 100 milhões.

A P&G também vai expandir a fábrica de Louveira (SP), que produz as fraldas Pampers, os absorventes Always, a pomada Hipoglós e o xarope Vick. A empresa comprou seis terrenos, antigas chácaras e terrenos industriais, adjacentes à unidade.

"Estamos olhando para o futuro. Será um local de armazenagem, que possa ser adaptado depois para operação fabril", diz Gabriela. A unidade já tem um centro de distribuição, muito próximo do limite de capacidade, segundo ela.

A nova fábrica no Rio de Janeiro, em Seropédica, na Baixada Fluminense, anunciada em março, também já tem terreno. É uma antiga fazenda, de 1 milhão de m2, segundo o Valor apurou. O local é próximo de uma unidade que a P&G tem no Rio, em Queimados. A prefeitura de Seropédica ofereceu incentivo fiscal.

O investimento previsto pela empresa em Seropédica é de R$ 150 milhões. O processo de terraplenagem foi iniciado em agosto. "Demora mais dois anos pelo menos para começar a operar", diz Gabriela. Como a região é rural, é preciso resolver questões básicas de infraestrutura, como levar energia elétrica à planta, o que vai custar R$ 10 milhões.

A empresa ainda não definiu o que será fabricado em Seropédica. "Depende de como vai estar a demanda pelas categorias daqui a dois anos", diz a executiva. Com a unidade, a P&G passa a ter seis fábricas no país. Hoje a empresa americana produz nas cidades de Louveira (SP), Anchieta (SP), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Manaus (AM). "Estamos apostando em um mercado crescente no longo prazo. Nos dois últimos anos crescemos de duas a três vezes o crescimento do país. Apostamos que isso vai continuar".

A P&G chegou ao Brasil em 1998, quase 70 anos depois de sua principal concorrente, a europeia Unilever. A postura recente mais agressiva no país responde aos anseios dos investidores, que têm cobrado um deslocamento do centro de gravidade da P&G para os mercados emergentes, principalmente diante do crescimento mais contido em países desenvolvidos.


Veículo: Valor Econômico