Coopbrasil fatura R$ 2,3 bi por ano

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Central de Cooperativas de Consumo está em sétimo lugar no ranking brasileiro do setor.


A disputa por clientela e espaço no mercado varejista fez com sete redes regionais de supermercados, que operam no sistema de cooperativas, se unissem para tentar barrar a concorrência, sobretudo o avanço dos grupos estrangeiros no país. Dessa união surgiu a Central de Cooperativas de Consumo (Coopbrasil), que já nasce com faturamento de R$ 2,3 bilhões/ano, o que a coloca em sétimo lugar no ranking brasileiro de supermercados.

Fazem parte da associação a Coop, de Santo André (SP), a maior cooperativa de consumo da América Latina; Cooper de Blumenau (SC); CoopBanc de Araçatuba (SP); Coocerqui de Cerquilho (SP) e Coopercica de Jundiaí (SP); além das mineiras Consul de Ipatinga (Vale do Aço) e Cooperouro de Ouro Preto (região Central). Com a Coopbrasil, o grupo pretende ganhar força e buscar novos negócios, inclusive internacionais.

O vice-presidente da Central, Joaquim Silva, presidente da Cooperouro, afirma que objetivo da união é melhorar o poder de negociação com fornecedores por meio do ganho em escala, desenvolver produtos de marca própria e facilitar a aquisição de importados. " o que buscávamos há dois anos e conseguimos concretizar agora. Diante dos gigantes varejistas, as redes menores só sobrevivem se juntarem as forças."

Segundo o presidente da Coopbrasil, Marcio Valle, vice-presidente da Coop, a possibilidade de ganhar escala maior, por exemplo, oferece melhores oportunidades de negócios. "O objetivo é melhorar o poder de negociação com fornecedores por meio do ganho em escala, desenvolver produtos de marca própria e produtos importados, além de ganhar estrutura logística no país", ressalta.

Entre as propostas da Central está a de troca de experiência e informações entre as cooperativas, que já é feito hoje em menor intensidade, além de permitir ainda a integração de projetos de marketing e tecnologia. "Agora, podemos avançar com o desenvolvimento de projetos tecnológicos e também de marketing, o que possibilita, inclusive, padronizar a identidade visual da marca", afirma Joaquim Silva.


Importação - O primeiro passo foi dado para buscar a redução de custos operacionais com a importação de produtos. "Seria algo mais complicado para uma cooperativa com faturamento de R$ 40 milhões trazer sozinha produtos de fora do país. Para o fim de ano já estamos importando da Espanha azeite, vinho e bacalhau", disse Silva.

Outro objetivo perseguido pela Coopbrasil é o desenvolvimento de um mix próprio, a exemplo da Coop, de Santo André (SP), colocou a disposição da Central os mais de 500 produtos que ela possui nas gôndolas. "Temos no país o ramo supermercadista extremamente concentrado e a união das cooperativas chega com esse objetivo de ser uma espécie de antídoto a essa concentração."

"Temos muito a desenvolver, a começar pelo número de filiadas, que precisa ganhar representatividade nacional e crescer no negócio de varejo de autosserviço", afirma Marcio Valle. Atualmente, Minas Gerais possui 33 cooperativas, chegam a 123 no Brasil, segundo dados do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais e Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo de Minas (Ocemg/Sescoop-MG) entidades de representação e sindicato patronal das cooperativas.

O cooperativismo de consumo experimentou um grande desenvolvimento no Brasil nas décadas de 50 e 60, chegando a ter em seu auge, na década de 60, um total de 2.420 cooperativas no país. Embora não haja estudos oficiais, estima-se que em todo o país existam, pelo menos, 50 cooperativas em condições de se integrar à Coopbrasil.

O presidente da Cooperouro explica que as cooperativas de consumo surgiram no Brasil a partir da união de empregados de grandes empresas ou mesmo de grandes bancos. "No início, elas estavam geralmente onde o comércio ainda não tinha chegado, no começo eram fechadas apenas para um grupo de funcionários de alguma empresa", disse o presidente da Cooperouro.

No sistema cooperativista, os consumidores são associados e recebem, ao fim de cada ano, um valor referente às sobras de caixa, o equivalente ao lucro líqüido nas empresas.  o que fez a Consul, cooperativa de um grupo de funcionários da Usiminas, em Ipatinga, que há 49 anos se firmou na região do Vale do Aço, hoje possui estrutura de três supermercados e 65 mil cooperados que se beneficiam do modelo participativo. Depois de faturar R$ 127 milhões em 2010, a rede retornou em julho aos cooperados R$1,6 milhão por meio de vale-compras. A cooperativa tem 600 funcionários.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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