Aos poucos, a estratégia Preço Baixo Todo Dia do Walmart dá sinais de que pode vingar também no Brasil. Ontem, o presidente da companhia, Marcos Samaha, fez um balanço sobre a política global do varejista que deixa de lado promoções diárias, tão comuns no varejo de alimentos, para lançar preços mais baixos que a concorrência nas prateleiras. Sem revelar números, ´Samaha afirmou que o Walmart registra alta de dois dígitos nas categorias sazonais como enfeites e peru de Natal.
Porém, a dificuldade persiste nas commodities. “Produtos como batata, arroz e cebola são mais sensíveis ao high low”, diz Samaha, referindo-se ao termo usado pelos varejistas que diz respeito a baixar o preço de alguns produtos específicos para atrair o cliente, enquanto outros itens se mantêm mais caros do que o praticado no mercado. Mesmo assim, Samaha afirma que os consumidores, aos poucos, estão começando a entender a proposta do Preço Baixo Todo Dia e o resultado é o crescimento do tíquete médio. “Existe uma base de clientes que está se tornando mais leal e impulsiona o valor médio das nossas vendas”, diz.
Em junho, Samaha havia anunciado queda de um dígito nas vendas dos cinco primeiros meses do ano. Na ocasião, o executivo atribuiu omau desempenho ao estilo comum de boa parcela dos consumidores brasileiros que andam de loja em loja pesquisando preços e só compram quando encontram promoções. Agora, o desafio de Samaha é driblar esta característica e fazer a estratégia dar certo também por aqui.
Durante evento em São Paulo, Samaha disse que o Walmart deve fechar o ano com 80 novas lojas e aproveitou para alfinetar a concorrência. “É fácil divulgar metas de expansão com mudança de bandeira e reforma de loja”, disse fazendo referência ao grupo Pão de Açúcar que este ano transformou as bandeiras CompreBem e Sendas em Extra e deixou as inaugurações de supermercados de lado para modernizar 221 pontos de venda.
Veículo: Brasil Econômico