Padrão na indústria brasileira de eletrodomésticos, por força de lei, a economia de energia elétrica agora recebe a companhia de outros quesitos a fim de tornar os equipamentos mais amigáveis para o ambiente. Entre eles estão a conservação ou o uso sustentável de água, a redução de emissão de gás carbônico, a minimização de resíduos na produção, a restrição de uso de substâncias nocivas, a reciclagem de equipamentos descartados e até o bem-estar do usuário.
Dona de marcas como Brastemp, Consul e Kitchen AID, a Whirlpool segue os seis primeiros itens da lista na hora de desenvolver produtos. "No nosso processo, inovação é questão de sustentabilidade", afirma Rogério Martins, vice-presidente de desenvolvimento de produtos para a América Latina. Na empresa, a eficiência energética vai além da economia de energia. A geladeira Inverse Viva, lançada no início do ano, utiliza um compressor VCC da Embraco com nova tecnologia, que permite uma velocidade variável, o que otimiza o sistema de refrigeração. O ganho de energia é de 25%, afirma ele.
A lava-louças para seis serviços de mesa usa 20 litros de água. Lavados à mão, os mesmos pratos, talheres e copos necessitariam de mais de 100 litros. "Otimizamos o fluxo de água do aspargidor e há maior pressão ", informa Martins.
A HP aposta forte na gestão total do ciclo de vida de seus produtos. A estratégia de sustentabilidade apoia-se também no ecodesign. Além disso, a empresa dá preferência a fontes de matéria-prima renováveis, sempre que possível, e à diminuição do uso de metais pesados, a fim de reduzir sua pegada de carbono. Há também, claro, a preocupação com o consumo de energia e a baixa emissão de gases.
Impressoras que pesavam de 5 a 7 kg hoje estão mais leves, com 3 a 5 kg, e compactas. Notebooks também. "Isso é tecnologia, além do que, usamos menos matérias-primas", afirma Kami Saidi, diretor de operações e sustentabilidade ambiental da HP.
Alguns produtos são feito com alta taxa de materiais reciclados, como uma impressora que leva em seu design 35% de plástico reutilizado. Nos cartuchos de tinta, o nível chega a 70%. As próprias embalagens são feitas com material reaproveitado.
A pequena Airconomics, do Rio de Janeiro, coloca seu desenvolvimento tecnológico para criar climatizadores de ar mais inteligentes e, em consequência, mais econômicos e sustentáveis. Uma de suas regras é adequar a temperatura do ambiente de acordo com a pessoa, ou pessoas, que o ocupam, e não simplesmente determinar de antemão um temperatura que poderia - ou não - ser interessante. Sensores colocados perto do corpo e geridos pelo computador estabilizam o calor independentemente da temperatura do ambiente. Afinal, como informa o site da empresa, "as necessidades térmicas variam de um indivíduo para outro."
Além disso, o aparelho desenvolvido usa a brisa para compensar uma temperatura mais alta, e não somente o resfriamento do ar. "Em Fortaleza, apesar do calor, a brisa é agradável", diz Heitor de Souza, sócio fundador. A eficiência de seus equipamentos chega a 90% numa média anual.
Veículo: Valor Econômico