Para Procter & Gamble, crise não oferece riscos aos seus negócios

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Em tempos de incerteza na economia internacional, o presidente da Procter & Gamble no Brasil, Tarek Farahat, não vê risco de desaceleração no consumo dos produtos que a empresa vende no país. "O Brasil tem uma estrutura boa, não deve nada a ninguém, tem uma classe C que é a base da economia e um sistema de crédito bem controlado", disse o executivo ontem no HSM ExpoManagement, evento de gestão realizado em São Paulo.

Farahat não vê risco para o setor de higiene pessoal, no qual atua a multinacional. "Durante uma crise ninguém vai parar de tomar banho ou escovar o dente", afirmou o executivo.

A P&G pode lançar mais marcas no país em 2012, segundo Farahat. "Ainda temos muito market share para ganhar", disse. Este ano a empresa trouxe ao país a marca Downy. Em 2010 chegaram Head & Shoulders, Olay, Naturella e Febreze. As marcas da P&G que mais vendem no país são Gillette e Pampers.

O presidente da P& G no Brasil destacou ontem a preocupação da filial brasileira em atender às necessidades de consumo do público de menor renda. Para atender às classes C, D e E, Farahat afirma que já entrou na rotina da empresa no Brasil a chamada inovação reversa, que é aprovada no próprio país emergente, em vez de vir pronta da matriz.

A P&G fez inovação reversa no Brasil com a fralda Pampers, um dos produtos mais vendidos no país. Há pouco mais de dez anos, a empresa percebeu que a marca tinha uma boa imagem no mercado, mas que muitas pessoas não compravam os produtos porque eram caros.

"Percebemos que o que as famílias queriam uma fralda com muita absorção, e não bonita. Fizemos o projeto, o preço caiu e passamos de 5% para 27% de participação no mercado", afirma o executivo. "É uma prova de que é possível inovar para as massas", completou.

Um processo semelhante foi feito com a marca Oral B, que criou escovas mais baratas, vendidas por cerca de R$ 2 em mercados de bairro, somente no Brasil e na Índia. Elas são oferecidas em várias cores diferentes, porque a empresa percebeu que muitas casas de classe baixa tinham somente um banheiro. Era preciso diferenciar as escovas de cada morador, já que elas dividiam o mesmo recipiente.

Para a estratégia dar certo não adianta perder muito em qualidade, segundo Farahat. "Vemos uma classe C muito consciente de valor", afirma.

De um ano e meio para cá, a P&G decidiu tirar a palavra "básico" de suas linhas mais baratas. As Pampers chamadas de básicas, por exemplo, viraram "Super sec", evitando a associação com baixo valor agregado.


Veículo: Valor Econômico


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