Pacto multissetorial estabelece metas em prol do equilíbrio de gênero na economia brasileira
Com o objetivo de buscar a igualdade de gênero nas empresas e nas comunidades, mais de 50 organizações – entre empresas privadas, ONGs, entidades de classe, organismos multilaterias e poder público – lançam hoje iniciativa inédita no Brasil, o “Movimento Empresarial pelo Desenvolvimento Econômico da Mulher”. A ação tem o apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, do Instituto Ethos, do Cebds e baseia-se nos ‘Princípios de Empoderamento das Mulheres’, da ONU Mulheres, que também avaliza o movimento.
"A igualdade entre mulheres e homens constitui um dos princípios fundamentais da democracia efetiva. Assegurar este princípio é um desafio de toda a sociedade, do poder público e do setor privado. Afinal, a grande maioria das mulheres trabalhadoras está em empresas privadas.", diz Iriny Lopes, Ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres.
O movimento, também denominado “+ Mulher 360”, propõe uma visão abrangente da realidade feminina dentro das companhias, nas cadeias de suprimentos e nas comunidades. O objetivo é articular e mobilizar o setor produtivo para ações coordenadas e de impacto que contribuam para transformar a vida das mulheres, fundamentado em quatro pilares estratégicos:
• Dentro das empresas: o Movimento fomentará iniciativas voltadas para a inclusão de mulheres, o desenvolvimento profissional e a formação de lideranças femininas.
• Nas cadeias de suprimentos: serão estimuladas ações voltadas para a ampliação da participação feminina em toda a cadeia, por meio de iniciativas de desenvolvimento profissional da mulher e de valorização do empreendedorismo feminino.
• Inclusão social: o Movimento buscará incentivar as empresas a, através do seu investimento social privado e ações de responsabilidade social, promover o empoderamento das mulheres e valorizar sua atuação como agentes de transformação.
• Comunicação: o Movimento também buscará trabalhar a qualificação da imagem da mulher na sociedade, incentivando as empresas a incorporar em sua comunicação e em campanhas educativas mensagens de valorização da mulher em seus diversos papéis, ressaltando assim seu papel transformador.
“Estudos comprovam que companhias com mais mulheres em cargos de liderança têm melhores resultados financeiros. Conversamos com diversas empresas, discutimos e traçamos compromissos em conjunto para garantir o resultado das ações em todos os níveis”, diz Marcos Samaha, presidente do Walmart Brasil. “O Movimento está aberto para quem quiser participar a qualquer momento. Juntos, tenho certeza que vamos fazer a diferença”, completa.
Segundo a Dra. Rebecca Tavares, representante da ONU Mulheres Brasil e Cone Sul, “Centenas de empresas já incorporaram na sua política organizacional a dimensão de gênero como um dos pilares da sua responsabilidade social. Dessa forma, as organizações passam a valorizar os potenciais de suas colaboradoras e colaboradores. Essas políticas fazem toda a diferença nas relações de trabalho e se transformam em melhoria de produtividade e expansão dos negócios”.
As empresas podem participar como parceiras, assumindo os compromissos propostos, como apoiadoras, no caso de entidades governamentais, que podem contribuir influenciando políticas públicas ou ainda como colaboradoras, como o meio acadêmico e ONGs, que oferecem suporte conceitual e técnico às empresas participantes. Já fazem parte do movimento hoje mais de 30 companhias, sendo 70% ligadas ao varejo e 30% de outros setores da economia.
A cadeia de suprimentos do varejo traçou compromissos específicos, acordados entre o Walmart e várias indústrias de consumo e divididos entre os pilares do movimento até 2015:
1. Desenvolvimento das mulheres dentro das empresas: promoção de lideranças femininas
2. Desenvolvimento de mulheres na cadeia de suprimentos: implementar políticas para mulher com seus fornecedores
3. Inclusão social das mulheres: compromisso de gerar impacto positivo em 100 mil mulheres através de investimento social privado e ações de responsabilidade social
4. Valorização da imagem da mulher na sociedade: incorporar mensagens de valorização em campanhas de comunicação e/ou ações educativas
Para garantir a troca de informações e o acompanhamento por parte de todos os integrantes do movimento, foi criado um portal de conteúdo com atualizações, materiais de referência relevantes, além de informações sobre a atuação das mulheres na sociedade. O site visa ainda expandir ainda mais a atuação do movimento, contribuindo para captar não só empresas e organizações, mas também pessoas da sociedade que queiram contribuir com o tema. No endereço www.movimentomulher360.com.br, o internauta encontra não apenas material sobre a mulher em seus diversos papéis, mas também publicações, vídeos e depoimentos de formadores de opinião ícones sobre o assunto. Há desde publicações de entidades renomadas, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a ONU Mulheres, até entrevistas e depoimentos de mulheres que quebraram paradigmas, como executivas de grandes empresas, uma co-pilota de avião e uma mulher pedreira. Além do website, haverá também uma ampla divulgação e campanha em mídia social www.facebook.com/movimentomulher360 e www.twitter.com/mmulher360
A situação das mulheres: fatos e números
DESAFIOS
• O Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (IFAD) indica que a porcentagem de terra pertencente a mulheres é inferior a 2%.
• Estima-se que no universo de mais de 1 bilhão de pessoas que vivem na extrema pobreza no mundo, 70% sejam mulheres. Além disso, 2/3 dos analfabetos do mundo também são do sexo feminino.
• De acordo com pesquisa do governo dos EUA, todos os anos são traficadas 800.000 pessoas pelas fronteiras norte-americanas. 80% são mulheres e até 50% destas, menores de idade.
• Estima-se que 72% dos 33 milhões de refugiados em todo o mundo sejam mulheres e crianças.
AVANÇOS
• O jornal The Economist estima que, ao longo da última década, o trabalho das mulheres contribuiu mais para o crescimento global do que a China.
• Dados da consultoria Catalyst mostram que empresas que têm mais mulheres em cargos de liderança têm melhores resultados financeiros.
• A agência Goldman Sachs indica que diversas regiões do mundo poderiam aumentar o PIB se reduzissem a discrepância nas taxas de desemprego entre homens e mulheres: 13% na zona do Euro, 16% no Japão e 9% nos EUA.
• As mulheres já representam cerca de 40% da força de trabalho global. No Brasil, a evolução é bastante significativa. Na décadas de 70, as mulheres eram menos de 20% dos trabalhadores brasileiros, número que passou para 43,9% em 2009 e hoje já chega a 60%. 35% das famílias no Brasil são chefiadas por mulheres.
Parceiros do MOVIMENTO EMPRESARIAL PELO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DA MULHER (em ordem alfabética)
Empresas: Africa Publicidade; Agfa; Amanco; Arno; Blue Tree; Bombril; Bunge; Cargill; Chevron; Coca-Cola; Colgate-Palmolive; Coopatan; DelRio; Diageo; Dow; HLTS; HP; J&J; Kimberly Clark; Koury Lopes Advogados; KPMG; Kraft; Magazine Luiza; Mars; Natura; Nestlé; Odebrecht; Pepsico; Procter & Gamble; Santander; SC Johson; Tetrapak, The Key; Trifil, Unilever; UPS; Walmart Brasil
Colaboradores: Aliança Empreendedora; Ashoka, Avina; Casa de Passagem, CEBDS; Elas, Instituto Ethos, FGV; GIFE; IADH; Instituto Aliança; Instituto Patricia Galvão; Mundaréu; Parceiros Voluntários
Apoiadores: ONU Mulheres; Secretaria de Políticas para Mulheres
Conheça os objetivos da Rede Walmart
Iniciativa global tem metas para empoderamento da mulher em toda a cadeia de suprimentos
Com a missão global de ‘ser o melhor lugar para as mulheres trabalharem em todos os níveis’ o Walmart lançou, mundialmente, seu programa de desenvolvimento econômico que visa criar condições, dentro e fora da companhia, para o empoderamento do sexo feminino. As metas são atingir 50% de mulheres em cargos de liderança na companhia em todo o mundo e ser um dos maiores empregadores de mulheres líderes em cada mercado onde atua. Além disso, aumentar a compra de produtos vindos de fornecedores liderados por mulheres e desenvolver as mulheres nas indústrias e nas fazendas através de treinamentos também fazem parte da iniciativa anunciada.
Globalmente, a empresa se comprometeu a, até 2016:
1. Dobrar o volume de compras de mulheres fornecedoras em países fora dos Estados Unidos (nos EUA, a meta é comprar US$20 bilhões de fornecedoras locais)
2. Treinar 60.000 mulheres que trabalham em fornecedores do Walmart ou na agricultura para que desenvolvam habilidades como administradoras
3. Oferecer cursos sobre varejo para 200.000 mulheres internacionalmente
4. Aumentar a igualdade de gêneros na cadeia de suprimentos
5. Apoiar programas de responsabilidade social com mais de US$ 100 milhões em doações feitas através dos Institutos e Fundações do Walmart em todo o mundo.
Algumas iniciativas já aplicadas no mercado brasileiro:
1. Empreendedorismo: E-Solidário: canal de venda dentro do www.walmart.com.br que comercializa itens de grupos produtivos formados em comunidades carentes, Hoje são 36 cooperativas em 12 estados brasileiros, beneficiando mais de 1.200 pessoas, dentre as quais mais de 80% mulheres. Em 5 anos, teremos mais de 1.500 mulheres vendendo seus produtos pelo site de comércio eletrônico do Walmart.
2. Carreira: Nos cursos profissionalizantes das Lojas da Comunidade (culinária, informática, costura etc), a empresa já formou mais de 400 mulheres. Através da Escola Social do Varejo (ESV), o Walmart capacitou e inseriu mais de 1000 jovens no mercado de trabalho sendo 60% mulheres. Até 2016, mais de 6.000 mulheres serão formadas pela ESV.
3. Responsabilidade Social: pelo Instituto Walmart, a companhia apoia 25 ONGs, beneficiando quase 3000 pessoas (80% mulheres) em 13 estados do Brasil. Na Bomba do Hemetério, programa de desenvolvimento local do IWM em Pernambuco, já foram beneficiadas 300 mulheres. Em cinco anos, serão cerca de 10.000 mulheres beneficiadas pelos programas do Instituto no total.
4. Público Interno: programa de mentoramento específico para o desenvolvimento das mulheres, além de cursos e treinamentos também específicos. Em breve, vamos lançar um programa de trainee de gerente de loja focado em mulheres. O objetivo é formar 100 gerentes e diretoras de loja no próximo ano.
O tema já é tratado com ações práticas desde 2007, quando a empresa criou o GAD (Grupo de Aprendizagem em Diversidade) para entender como melhorar o cotidiano das minorias dentro do Walmart. Em 2008, antes de qualquer legislação, foi implementada a licença-maternidade de seis meses e até hoje mais de 6000 mulheres já foram beneficiadas. Em 2009, foi criado o Conselho de Mulheres, um grupo multidisciplinar para discutir a questão.
No Brasil, o Walmart idealizou e articulou o “Movimento Empresarial pelo Desenvolvimento Econômico das Mulher”, iniciativa que conta com a parceria de mais de 50 organizações, entre empresas privadas, ONGs, entidades de classe, organismos multilaterias e poder público. “Para o Walmart, empoderar a mulher é fundamental. Queremos ser vistos como a rede que apoia as mulheres não só como consumidoras, mas como fornecedoras e líderes de seus negócios”, diz Marcos Samaha, presidente do Walmart Brasil.
Fonte: Assessoria de Comunicação Walmart