Em relação ao mesmo período de 2010, o crescimento foi de 5,3%, segundo a pesquisa mensal do IBGE
Após uma pequena derrapada em agosto (de -0,4%), as vendas no comércio voltaram a tomar impulso em setembro. A expansão no varejo foi de 0,6% na comparação com o mês anterior, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao mesmo mês de 2010, a alta foi de 5,3%, puxado pelas vendas de móveis e eletrodomésticos, que seguem a todo vapor, graças a uma demanda reprimida da nova classe C.
Apesar do desaquecimento da economia, a manutenção do crédito, da massa salarial e do emprego contribuem para o desempenho do comércio. No entanto, os dados de setembro confirmam a desaceleração no varejo como um todo. "Quando olhamos o mês anterior, houve aumento nas vendas. Mas o resultado fechado do terceiro trimestre mostra uma desaceleração que já era esperada", disse Bruno Fernandes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e turismo (CNC).
No terceiro trimestre, o varejo restrito teve alta de 1,6% na comparação com o segundo trimestre, enquanto o varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e de materiais de construção, registrou queda de 0,8%.
Até houve pequena recuperação na venda de veículos em setembro (1,7% em relação a agosto), mas o resultado não foi suficiente para compensar o recuo de 5,0% registrado na leitura anterior. "Há possibilidade de retração no consumo, porque comprou-se tanto carro nos últimos anos que houve um esgotamento. Além disso, os custos para financiamentos de veículos tornaram-se um pouco mais altos", analisou Nilo Lopes de Macedo, pesquisador da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
Entre as dez atividades que compõem o varejo ampliado, sete tiveram expansão nas vendas em setembro ante agosto. Quase todas as atividades que apresentaram resultados negativos em agosto passaram a resultados positivos em setembro, com exceção de combustíveis e lubrificantes (-1,1%). "O setor de combustíveis vem sendo penalizado pelos aumentos de preços. O etanol subiu, as pessoas foram para a gasolina, mas muitos passaram a economizar mesmo, porque a gasolina já era cara", contou Macedo.
A receita nominal do varejo teve expansão de 1,1% em setembro em relação a agosto.
Veículo: O Estado de S.Paulo