Com 85 anos de atuação, a fabricante de itens de cama, mesa e banho Teka, com sede em Blumenau, informou ao mercado ontem que prepara um plano de reestruturação para voltar ao azul. Depois de anunciar um acordo com a gestora de recursos Global Emerging Markets (GEM) para subscrição de ações ordinárias de até R$ 100 milhões, a companhia decidiu contratar a KPMG para estruturar um novo plano de negócios para os próximos cinco anos.
Segundo Marcello Stewers, vice-presidente da Teka, o plano deverá ser concluído no primeiro trimestre de 2012. Com a entrada da GEM, a companhia prepara uma reestruturação das suas dívidas. De acordo com o vice-presidente, a empresa já está renegociando com credores.
"Ainda há quatro credores importantes, mas em breve espaço de tempo poderemos anunciar as renegociações", diz Stewers. Segundo sua estimativa, a Teka tem R$ 243 milhões em dívidas com bancos e outras instituições financeiras e R$ 144 milhões com fornecedores.
O balanço do terceiro trimestre mostrou prejuízo de R$ 155,8 milhões. A receita de venda no período foi de R$ 189,9 milhões, retração de 22,5% em relação ao terceiro trimestre de 2010.
Segundo Stewers, o novo plano de gestão da companhia prevê a reativação de outras marcas e lançamento de novas para a entrada em outros nichos de mercado. No passado, a Teka chegou a operar com a marca Petra, com produtos de alto valor agregado, mas acabou desativando a operação.
"A Teka atua no mercado com vários produtos consolidados. Queremos fazer uma avaliação de quais são as linhas que dão prejuízo para a companhia para substituí-las", explicou o vice-presidente. A companhia ainda estuda a ampliação da sua atuação no mercado de serviços. Stewers não detalha o plano, mas diz que estão em estudo novos negócios e novas formas de operações.
O executivo não confirma se a estratégia da Teka será seguir outras competidoras de mercado que têm iniciado operação no varejo para aumentar o acesso ao consumidor final. "Muitas empresas têm feito abertura de lojas, mas essa não é a única alternativa."
A Teka quer, também, melhorar a comunicação com o mercado de investidores. Segundo o vice-presidente, além de ampliar a base de acionistas, a companhia quer implementar práticas de governança corporativa para acessar o Novo Mercado da Bovespa.
Veículo: Valor Econômico