Mesmo assim, maioria fez menos encomendas.
O medo de que a crise europeia afete a economia do Brasil tem deixado lojistas de Belo Horizonte mais cautelosos. Embora 61,7% dos empresários apostem em crescimento nas vendas deste Natal, a maioria (54,7%) afirma que as encomendas neste ano foram "iguais ou menores" do que as realizadas no exercício passado, enquanto 45,3% reveleram ter reduzido os pedidos. Em 2010, este percentual chegou a 80,6%, segundo pesquisa divulgada ontem pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). Em ambos os casos, no entanto, as compras foram feitas com antecedência, com o objetivo de evitar a falta de produtos na melhor data do ano para o varejo.
Na avaliação do presidente da entidade, Bruno Falci, o "otimismo conservador" é o principal sinal emitido pela sondagem. "No exercício passado, os lojistas estavam mais confiantes, até porque 2009 não foi um ano tão bom. Para 2011, a expectativa é de crescimento, porém mais modesto, de 5%, principalmente devido às notícias da crise na Europa, que deixam o empresariado com certo receio de que a recessão respingue no país e afete diretamente a renda do consumidor. Mesmo assim, o Natal será bom", acredita.
Este "conservadorismo" dos lojistas afetou a geração de empregos. Prova disso é que mais da metade (56,5%) dos consultados não aderiu à contratação de trabalhadores temporários para o Natal deste ano. Já os que admitiram (26,7%) mantiveram o mesmo número do ano passado. Apenas 11,6% reforçaram o quadro de pessoal.
Ainda segundo a pesquisa, dos 200 entrevistados, 86% acreditam que as vendas por cartão serão o destaque de 2011, sendo que a modalidade crédito deve liderar a preferência (64,2%), seguida pelo débito (21,8%). A expectativa é de que as compras à vista (em dinheiro) sejam feitas por somente 7,6% dos consumidores.
Tíquete - O levantamento apontou também que 40,7% dos lojistas apostam no Natal das "lembrancinhas", com tíquete não ultrapassando R$ 50. Em segundo lugar estão aqueles que acreditam em presentes entre R$ 51 e R$ 100, com 31,7% das respostas. Para 14,2% o cupom deve ficar entre R$ 101 e R$ 250, enquanto que 10% preveem de R$ 251 a R$ 500. Apenas 3% dos consultados pela CDL-BH projetam tíquete superior a R$ 500.
Entre os produtos que devem ter melhor saída, roupas lideram, com 52,31% das respostas, seguidos por calçados (12,82%), cosméticos (7,18%), brinquedos (6,67%), acessórios (4,62%), cama, mesa e banho (3,59%), eletroeletrônicos (3,08%) e bebidas (1,54%).
Para incrementar os negócios, 59% dos empresários estão esperando o pagamento do décimo-terceiro salário, enquanto 18% confiam no aumento da renda dos trabalhadores e 13,2% apostam no crédito facilitado.
A pesquisa da entidade aponta ainda que 41,4% dos lojistas consideram o preço como principal fator levado em consideração pelos consumidores na hora das compras. Na seqüência estão atendimento (24,7%), qualidade do produto (16,7%) e prazo de pagamento (13,8%). Entre as estratégias que o empresariado deverá usar para estimular as vendas, lideram o atendimento qualificado (20,9%) e investimento em publicidade (20,2%).
A expectativa da CDL-BH é de que o comércio da Capital fature neste Natal entre R$ 2,69 bilhões e R$ 2,72 bilhões, alta de 3,5% a 5% ante a receita registrada no mesmo período de 2010. De acordo com o vice-presidente da entidade, Anderson Rocha, a projeção está baseada no aspecto emocional que marca o 25 de dezembro e faz do mês a melhor época para o varejo.
Veículo: Diário do Comércio - MG