Active baseia-se na compra de ativos como alimentos, cosméticos, eletroeletrônicos e eletrodomésticos que sobrecarregam o estoque das indústrias por conta de reformulação ou fracasso de linha, proximidade com o prazo de validade ou até mesmo baixo giro.
Filial brasileira da companhia nova-iorquina planeja atingir US$ 18 milhões de receita neste ano fiscal
A Active International, empresa nova-iorquina que fatura por volta de US$ 1,5 bilhão por ano em 15 países, é praticamente uma desconhecida no Brasil, embora atue por aqui desde o ano 2000. Pouco a pouco, a operação local vem subindo no ranking das maiores vendas da companhia no mundo graças a um serviço que promete dar um destino aos estoques depreciados de clientes. O pagamento é feito a partir da geração de um crédito para ser usado em verba publicitária.
Essa ajuda às indústrias deve fazer com que, no ano fiscal que vai de julho de 2011 a junho de 2012, a operação brasileira fature US$ 18 milhões, 10% a mais que no exercício anterior. A expectativa é manter o negócio brasileiro em ascensão nos próximos anos e transformá-lo em um dos dois maiores da companhia até 2015.
Incomum no Brasil, o serviço da Active baseia-se na compra de ativos como alimentos, cosméticos, eletroeletrônicos e eletrodomésticos que sobrecarregam o estoque das indústrias por conta de reformulação ou fracasso de linha, proximidade com o prazo de validade ou até mesmo baixo giro. “Nós revertemos prejuízo em lucro. Evitamos que as empresas queimem seus produtos ou os vendam a preço de custo”, afirma Paulo Horta, presidente da Active no Brasil.
Ele diz que sua empresa compra o estoque excessivo da indústria por até três vezes o seu valor e define em conjunto quais varejistas de quais regiões do país poderão adqurir seus produtos. Isso evita que o fabricante gere conflito com outros clientes ao desovar os produtos, que serão vendidos a um preço inferior por estarem depreciados. Geralmente, varejistas menores são o alvo.
À medida que o negócio é efetuado com a indústria, a Active cria um sistema de contas a receber que será utilizado como parte de pagamento na compra de mídia ou serviços gráficos. O cliente tem até três anos para usar este crédito. Contudo, para o negócio da Active fazer sentido, ela só compra ativos de empresas que têm uma verba pré-definida para gastar com mídia, como exemplo, a veiculação de comerciais na TV. “Em geral, empresas de bens de consumo são grandes anunciantes e podem compor uma parcela expressiva de sua verba de mídia com uma operação de venda de ativos problemáticos”,diz. Hipoteticamente, se uma empresa tiver R$ 1 milhão para investir em publicidade e vender o estoque por R$ 500 mil, a Active pode, dentre outras possibilidades, oferecer para a gráfica que irá imprimir os tablóides promocionais o pagamento de R$ 1,3 milhão à vista e não R$ 1,5 milhão parcelado, como faria a indústria. É a partir deste tipo de alavancagem que a Active consegue obter seu lucro.
Horta não detalha margens e nem as propostas que faz às gráficas e emissoras de TV ao negociar contratos para a indústria, mas explica que as negociações são flexíveis. Pela aparente complexidade do negócio, a Active tem 25 clientes ativos, dos quais seis foram conquistados neste exercício.
Veículo: Brasil Econômico