Material escolar já ocupa as gôndolas e prateleiras

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Apesar das férias, lojas e supermercados se abastecem dos produtos



Mercadorias como lápis de cor têm boa vendagem em dezembro e são opções de presentes de Natal.

Está enganado quem pensa que material escolar só vende bem às vésperas do início do ano letivo. Apesar de tradicionalmente a procura se iniciar com força em janeiro, as empresas mais ágeis aproveitam a oportunidade de comercializar itens considerados opções de presente de Natal, como mochilas, lápis de cor e estojos. “Tem muita criança que gosta de desenhar”, argumenta o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo. “Em dezembro, também são vendidas muitas mochilas”, garante a diretora comercial do Walmart Brasil, Sandra Haddad.

O setor supermercadista está mais especializado no segmento de material escolar, garante o presidente da Agas. “Cerca de 70% das pessoas pensam em comprar itens da lista escolar nos supermercados, que por sua vez estão cada vez investindo mais na ampliação do mix de produtos do gênero.” Segundo o dirigente, todos os anos as gôndolas de grande maioria dos supermercados recebem em média 400 itens relacionados ao material escolar, sendo que boa parte destas mercadorias é importada. Apesar de até o final de dezembro o foco de vendas do setor estar direcionado para o Natal, as negociações com a indústria para aquisição de produtos que supram a necessidade dos estudantes já se iniciaram.

“Estamos abastecendo todos os hipermercados Big com itens escolares”, diz a diretora comercial do Walmart, ponderando que os grandes volumes entram nas lojas em janeiro. Ao todo, os 19 hipermercados da rede no Estado irão disponibilizar cerca de 800 itens cada, voltados a atender a demanda dos estudantes. A estratégia é dar sortimento, investindo não só no que a lista da escola pede, mas também em personagens que povoam o imaginário de crianças e adolescentes, revela Sandra. “Nos baseamos nos itens solicitados pelas listas para que os clientes encontrem tudo que precisam, mas também disponibilizamos licenças de marcas que estão na moda.” Segundo a diretora do Walmart, a expectativa da empresa é crescer em 20% nas vendas de material escolar no Rio Grande do Sul. “A volta às aulas é muito forte e embala as comercializações até o mês março”, frisa.



Lançamentos ajudam a ampliar vendas e atrair os consumidores



Contando com uma grande gama de produtos direcionados aos trabalhos desenvolvidos nas escolas, a Livraria Saraiva não divulga quantidades de seus estoques, mas confirma que já começou a abastecer as lojas com produtos escolares. Para a empresa, os maiores volumes só chegam a partir de meados de dezembro. A estimativa é de que as comercializações de itens de material escolar no início de 2012 cresçam em torno de 15% sobre o mesmo período em 2011.

Em Porto Alegre, o proprietário da Livraria e Papelaria Cervo, João Cláudio Cervo, já equipou as sete lojas da empresa com 7 mil itens de material escolar. “Estimamos um crescimento de 10% em relação ao ano passado”, afirma o empresário. Ele acredita que diversos lançamentos de capas de caderno devem encantar os consumidores. “As edições deste ano estão muito bonitas, também contamos com muitos produtos importados da China, como mochilas”, completa Cervo, ressaltando que acredita que 2012 será um “ano promissor”. “Estamos bastante otimistas, pois percebemos que hoje em dia há uma flexibilização das compras que não se via antigamente.” Ele aponta como um obstáculo histórico nas vendas de material escolar a questão da comparação de preços de produtos que “parecem ser iguais, mas são feitos de matérias-primas diferentes”. Ele cita como exemplo tesouras, colas, pastas e canetas. “O valor está agregado à qualidade do produto, mas nem sempre quem está comprando percebe isso”, adverte.

Maior fabricante brasileira em capacidade produtiva de cadernos, a Credeal, de Serafina Correa, no Interior do Estado, confirma que o varejo tem se adiantado nas encomendas de material escolar. De acordo com o diretor comercial e de marketing da empresa, Ricardo Frederico, a Credeal está abastecendo este mercado desde agosto. A estimativa é de crescimento de 10% em relação ao ano passado, quando o faturamento foi de R$ 200 milhões. “Na segunda quinzena de dezembro os lojistas ainda devem reforçar os estoques”, diz Frederico. A Credeal aumentou a produção de 35 para 58 linhas de cadernos, buscando diversos nichos de mercado.

Entre as licenças da fabricante, as marcas Dysney, Mormaii e Smilinguido se destacam. “Estamos voltados a um reposicionamento, que exigiu investir na criação de produtos com maior valor agregado”, afirma. A Credeal é responsável por 32 mil toneladas de cadernos que chegam ao mercado anualmente. No Brasil, cerca de 160 mil toneladas do material são consumidas a cada ano.

 

Veículo: Jornal do Comércio - RS


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