Empresas inovam para atrair os pequenos

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As indústrias de produtos voltados ao público infantil pesquisam muito o comportamento familiar dos brasileiros, para que possam desenvolver produtos ideias. Dentro deste contexto, a Phisalia Produtos de Beleza, que “concentra esforços em ouvir e interpretar o que querem seus consumidores”, criou uma embalagem que conversa com a criança, para os itens da linha Trá lá lá Kids.

“A rotulagem tem um grande teclado musical, e traz os personagens Meg e Bil em traço 3-D, em alusão ao videogame”, explica a gerente de marketing da Phisalia, Francis Canterucci. Outro item, o kit de xampu e condicionador Caixa Cantante, toca a música tema do Trá lá lá ao ser aberto. “Abusamos do poder criativo, de transmitir com imagem e som o conceito do desenho, possibilitando a diversão no banho, que tem tudo a ver com brincar e cantar no chuveiro”, destaca a gerente de marketing.

Somando 36 anos no mercado, a marca de higiene, limpeza e beleza infantil busca constantemente criar produtos que atendam aos quesitos de segurança e qualidade almejados pelos pais, mas sempre cativando a atenção das crianças, revela Francis. “É preciso inovar para se manter competitivamente ativa na área.” A gerente de marketing afirma que os pais de hoje fazem verdadeiras manobras para comprar e atender aos pedidos dos filhos. “As crianças passaram a ser o centro das atenções da família, e a opinião delas conta na hora da decisão, coisa que não acontecia no passado”, avalia.

Há quem defenda que a evolução do quadro social da família, com a inserção das mulheres no mercado de trabalho, não somente alterou os hábitos de costumes, mas trouxe uma sensação de ter que compensar a ausência nas relações com presentes para as crianças. Além disso, a necessidade de inclusão social dos públicos das classes menos abastadas estaria levando os pais a comprar produtos de marca, buscando possibilitar a aceitação dos filhos pelos grupos de amigos.

“Os pais fazem o que podem para suprir a demanda dos filhos, principalmente as famílias de poder aquisitivo um pouco menor, mas com boa informação, que procuram acompanhar as tendências”, concorda a supervisora da rede Del Turista, Beatriz Mayer. Ela observa que o fato de crianças de até seis anos de idade ainda acreditarem em Papai Noel facilita a “vaquinha” entre pessoas da mesma família para a compra de brinquedos com mais tecnologia e voltados ao desenvolvimento,  que custam mais caro. “É uma alternativa que funciona bem para o bolso dos pais e promove a alegria dos pequenos”, garante.


Exigência dos pequenos inclui escolha das marcas


Segundo dados da pesquisa Multi da Abihpec, 36% das crianças de dois a 10 anos já solicitam suas marcas de preferência. Seja pelo fácil acesso à informação ou pela redução do tempo de permanência dos pais com os filhos, analistas confirmam uma crescente influência dos pequenos na decisão de compra dos pais. Para se ter uma noção do crescimento deste mercado, só neste ano, de acordo com o Ibope, o consumo de artigos infantis deve movimentar R$ 26,2 bilhões no Brasil.

As prateleiras de uma loja de brinquedos são um ótimo termômetro para mostrar o que agrada ao público infantil e aquilo que não chama a atenção das crianças. Para definir quais produtos expor, empresários do ramo ficam atentos aos números de venda, buscando identificar em quais áreas devem continuar apostando e quais segmentos devem ser descontinuados.

 “Analisamos o comportamento das crianças nas lojas e também os itens que prendem mais a atenção delas, assim conseguimos detectar as preferências deste público”, revela o gerente comercial da PB Kids, Renato Floh. Segundo ele, os brinquedos que povoam o imaginário infantil nos dias de hoje são, sem dúvida, ligados aos lançamentos de cinema e desenhos animados. “Os mais desejados entre as crianças são Toy Story, Transformers, Barbie, entre outros.” Floh também acredita que a mídia tem uma grande influência nas decisões dos pequenos. “Mas, além disso, as preferências dos amigos contam muito e pesam no momento da escolha”, completa.

Conectada ao mercado mundial de brinquedos, a PB Kids busca disponibilizar os últimos lançamentos de mercado. Este ano, as grandes apostas para o Natal são as bonecas que agem como gente. A linha Meus Travessos traz personagens que interagem com as crianças e falam dezenas de frases. “Brinquedos tecnológicos, como helicópteros e carrinhos de controle remoto, continuam entre os preferidos dos meninos. Jogos repaginados como o Super Jogo da Vida e Detetive 3D prometem repetir a dose de sucesso do Dia das Crianças”, opina o gerente comercial.

Apesar de ser uma das líderes de mercado, a boneca Barbie anda perdendo espaço, na visão da supervisora da rede Del Turista, Beatriz Mayer. “O grito da moda entre as meninas de cinco a 12 anos são as Monster High, da Mattel, umas bonecas filhas de monstro, muito feias, mas extremamente modernas.” Na opinião de Beatriz, o produto agrega pela proposta de aceitação das diferenças na sociedade, uma vez que as bonecas monstro se destacam pela “sabedoria, inteligência, postura, hábitos e roupas diferentes.”

A supervisora da Del Turista frisa que, como a maioria dos brinquedos, as Monster High estão na mídia. “E isso faz com que as crianças saibam o que querem já aos três ou quatro anos de idade.” Beatriz argumenta que hoje em dia os brinquedos chegam ao mercado com “mais informação que ajuda no desenvolvimento do raciocínio lógico”, como, por exemplo, o novo Banco Imobiliário, que permite compras com cartão de crédito e débito. Existem brinquedos bilíngues para crianças a partir dos três anos. Entre as versões antigas de sucesso, atualmente repaginadas, ela cita o pião Bey Blade, que funciona à base de pilha, permitindo pontuações a cada rodada e iluminação durante o giro. “É um brinquedo bem saudável, que estimula a agilidade, concentração e ajuda no desenvolvimento”, opina.


Veículo: Jornal do Comércio - RS


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