A qualidade do café de Minas é excepcional, mas ideia é também processar o grão no território mineiro
O governador Antonio Anastasia encaminhou, na última sexta-feira, à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o projeto de lei que cria o Fundo Estadual do Café (Fecafé). O anúncio foi feito durante a premiação do VIII Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas. O objetivo do fundo é captar recursos que serão aplicados no desenvolvimento de pesquisas para agregar valor e qualidade ao café produzido no Estado. A princípio serão disponibilizados cerca de R$ 100 milhões anualmente.
De acordo com Anastasia, no próximo ano o projeto será apreciado, discutido e aprimorado pela ALMG. Pretendemos alocar um valor anual de cerca de R$ 100 milhões, que pode ser desdobrado em dois anos. "O grande objetivo é sustentar as atividades do café. O grão em Minas Gerais representa empregos no interior, quando o café está com preços lucrativos nós percebemos que há todo um circuito de prosperidade no interior do Estado, o aumento da renda movimenta o comércio e a indústria. Por isso, a importância do grão que está presente em mais de 650 municípios de Minas Gerais", disse.
Outro objetivo do fundo será para auxiliar na agregação de valor ao grão. Segundo o governador, essa é uma das principais frentes a serem trabalhadas nos próximos anos.
"A qualidade do café de Minas é excepcional, mas o que pretendemos não é só exportarmos o produto in natura, que hoje é amplamente industrializado no mundo, principalmente na Europa. O que queremos é realizar a industrialização aqui em Minas Gerais e no Brasil. O processo não é fácil, pois depende de grandes investimentos e dos chamados blends, mas essa é uma prioridade absoluta do governo. Pretendemos ter pelo menos para o mercado interno cafés industrializados feitos pela indústria local, estamos em busca de parceiros para trazermos para o Estado indústrias de torrefação e de preparação do café".
Visibilidade - A criação do Fecafé e a realização do concurso fazem parte das ações do governo de Minas para consolidar a cafeicultura familiar, dar visibilidade aos cafés de qualidade do Estado, capacitar provadores de café e fortalecer a assistência técnica aos produtores.
Dentre as ações a serem desenvolvidas com recursos do fundo destacam-se a subvenção econômica ao prêmio do seguro rural, para apoiar os agricultores diante de intempéries, e o georreferenciamento do parque cafeeiro, que permitirá o mapeamento da diversidade de cafés produzidos no Estado.
De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento, o fundo do café será essencial para estimular ainda mais a produção no Estado.
"O sonho da cafeicultura é o fundo, através dele vamos desenvolver pesquisas para melhorar ainda mais a qualidade do grão, além de divulgar a cafeicultura mineira no mundo, que infelizmente ainda não foi feito fora do país. Pretendemos também estimular os produtores a investirem cada vez mais na qualidade, isto beneficiará o setor e vai ser fundamental para traçar um futuro promissor para o café", disse Nascimento.
Veículo: Diário do Comércio - MG