Na rua 25 de Março, o Natal foi mais fraco do que o Dia das Crianças

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Caminhar na região da rua 25 de Março depois do Natal não é tão complicado como nos dias que antecedem a festa, quando milhões de consumidores lotam as lojas populares do centro de São Paulo. Neste ano estava bem fácil, já que o Natal não foi "tão bom" quanto o de 2010, disseram os lojistas que trabalham com brinquedos ouvidos pelo Valor.

Nada de pais correndo atrás de presentes atrasados ou de trocas. Alguns produtos venderam tanto que sumiram das prateleiras, mas, no geral, o desempenho ficou no mesmo nível do ano passado e abaixo do Dia das Crianças deste ano. As vendas em outubro já costumam ser maiores pois o consumidor compra só brinquedo e, em dezembro, presenteia toda a família. Neste Natal, porém, o contraste foi mais acentuado.

"O Natal foi igual ao de 2010", diz Gerson Abibi, diretor e fundador da Brinquedos e Armarinhos Daniel. Durante o ano, a loja registrou faturamento 9% menor em em relação a 2010, "bem abaixo do esperado", segundo o empresário. No ano da Copa do Mundo, saíram muitas bolas, vuvuzelas e apitos, o que explica o alto nível de vendas.

Abibi diz que as vendas no Dia das Crianças foram 5% maiores em faturamento do que em 2010 e, portanto, superaram as do Natal neste ano. A boneca Karine Star é um sucesso em sua loja. Com preço em torno de R$ 2, foi um dos itens com maior saída na também atacadista São Marcus. Nesta, o que mais vendeu foram os bonecos dos palhaços Patati Patatá. O fantoche custava R$ 57,90 e esgotou há uma semana; o grande custava R$ 150 e acabou segunda-feira. "Mas vendemos muito mais no Dia das Crianças, eram caixas e caixas", diz uma vendedora da loja.

O desempenho natalino da Barão Distribuidora foi bem melhor do que a principal loja da empresa, também no centro paulistano: o faturamento foi 30% maior. "Nosso Natal foi mais ou menos igual ao do último ano", diz um funcionário da Barão Brinquedos, próxima à rua 25 de Março.

Na Semaan, a coleção de bonecas Monster High, da fabricante Mattel, acabou antes do Natal. O jogo Beyblade, distribuído pela Hasbro, teve que ser reposto algumas vezes em dezembro. Mas ao perceber que nem tudo vendia tão bem, a loja baixou preços na semana do Natal. No dia 22, um boneco do filme Toy Story passou de R$ 1 mil para R$ 599. A loja, de atacarejo, agora faz liquidação para desovar os estoques.

O Natal também decepcionou a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). O faturamento do setor cresceu 6%, sendo que era esperado um aumento de 15%, de acordo com o presidente Synésio Batista. Segundo ele, o dólar baixo durante o ano incentivou a entrada de produtos chineses, e os fabricantes nacionais ainda não recuperaram espaço.


Veículo: Valor Econômico


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