Estoque baixo sustenta preços do café

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Armazenamento tem o nível mais reduzido dos últimos dez anos, e o consumo se mantém em expansão.


Mesmo diante das estimativas de aumento da safra de café na safra 2011/12 os preços do grão serão sustentados pelos estoques reduzidos no Brasil, principal produtor mundial de café. De acordo com os dados do Conselho Nacional do Café (CNC), atualmente os estoques dos produtores brasileiros estão com os níveis mais baixos observados nos últimos dez anos.

Os preços baixos pagos pelo grão na última década comprometeram os investimentos nos tratos culturais e na renovação dos cafezais, o que impactou de forma negativa a produtividade.

De acordo com o presidente do CNC, Silas Brasileiro, os estoques dos produtores de café em Minas e demais regiões produtoras do país estão em queda e evoluindo para os mais baixos níveis observados em uma década. A queda na oferta irá contribuir para que a cotação do produto se mantenha acima de R$ 3,53 por libra-peso, ou variando entre R$ 450 e R$ 500 por saca de 60 quilos.

O valor estimado é suficiente para gerar lucro aos produtores e incentivar, ainda mais, a retomada dos investimentos nos cuidados com os cafezais. Em 2011, devido aos preços lucrativos do café, os produtores retomaram grande parte dos investimentos, o que, atrelado à bianualidade positiva, irá contribuir para uma safra de melhor produtividade e qualidade em 2012.

De acordo com os dados do CNC, os estoques das cooperativas brasileiras diminuíram pelo menos 26% no último ano, ficando inferiores a 2,58 milhões de sacas, os mais baixos desde 2002, revelou o presidente do CNC, Silas Brasileiro. Em 2010, os estoques giravam em torno de 3,5 milhões de sacas.

Mesmo com a estimativa de aumento da safra o mercado mundial do grão continuará aquecido ao longo de 2012. Além dos estoques baixos no Brasil, que além de maior produtor também é o principal exportador, o consumo mundial continua em expansão.

Segundo Brasileiro, mesmo diante da crise financeira na Europa e nos Estados Unidos, o consumo de café deverá crescer cerca de 2% em 2012.

"O consumo de café tanto no mercado interno como no externo está em alta, e devido aos estoques baixos a tendência é de preços firmes e lucrativos ao longo de 2012. Além dos estoques brasileiros mais baixos, os problemas climáticos observados em outros países produtores, como Colômbia e Vietnã, contribuíram para limitar ainda mais a oferta em um período de alta demanda. Os produtores de Minas serão beneficiados pela valorização, principalmente devido à alta qualidade dos cafés", diz Brasileiro.

Segundo o Primeiro Levantamento para a Safra de Café 2012, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção nacional do grão deverá ficar entre 48,9 milhões e 52,2 milhões de sacas neste ano, frente às 43,4 milhões produzidas em 2011.

A produção de café em Minas, maior produtor do país, está estimada em 26,335 milhões de sacas na safra 2011/12, com variação percentual de 3,01%, para mais ou para menos. Na comparação com a safra anterior, a estimativa sinaliza um aumento na produção cafeeira de 18,73%. Quando comparada com a produção da safra 2010, período de bianualidade positiva equivalente ao da safra 2012, o aumento será de apenas 4,69% na produção do Estado.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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