A estimativa dos supermercados mineiros para o ano passado ficou muito longe dos números apuradosOs supermercados mineiros começaram o ano passado muito otimistas, prevendo alta de 5% no faturamento, em relação a 2010, mas suas expectativas não se confirmaram. Depois de um ciclo de crescimento que se estendeu por nove anos, a partir de 2002, o segmento amargou em 2011 um recuo de 0,2%. O resultado só não foi pior graças ao Natal. Em dezembro, a contabilidade registrou um salto de 25,17% sobre novembro e de 5,02% ante o mesmo mês do ano anterior. Para a Associação Mineira de Supermercados, a frustração deve ser atribuída às medidas adotadas pelo governo federal no primeiro semestre para conter o consumo, como o aumento dos juros. Para 2012, a projeção revela que o otimismo continua. Está previsto crescimento de 4%.
Faturamento registra a 1ª queda em nove anos
As expectativas otimistas dos supermercados do Estado para 2011 não se confirmaram e o setor amargou o primeiro resultado negativo depois de um ciclo de crescimento que se estendeu por nove anos, a partir de 2002. No exercício passado, o segmento faturou R$ 13,2 bilhões, um recuo de 0,2% em relação a 2010, contrariando as estimativas iniciais da Associação Mineira de Supermercados (Amis), que previa uma alta de 5% para o período. Os dados foram apresentados na sexta-feira pelo Termômetro de Vendas, pesquisa desenvolvida mensalmente pela entidade.
E o balanço poderia ter sido ainda pior se não fosse o Natal. O mês de dezembro aliviou os negócios do ramo, que contabilizaram um salto de 25,17% sobre novembro e de 5,02% sobre dezembro de 2010.
Embora 2011 tenha decepcionado, o superintendente da Amis, Adilson Rodrigues, diz que, considerando a conjuntura do país, os supermercados obtiveram desempenho satisfatório. "O recuo foi observado praticamente em todos os setores e estávamos lidando com uma base de comparação muito forte", afirma, referindo-se a 2010, quando o setor cresceu 8,15% ante 2009. Entre 2002 e 2010, quando foi mantido o ciclo de expansão dos supermercados, o ramo apresentou, em média, desempenho 4,8% maior ao ano.
Rodrigues reconhece que em 2011 a Amis errou ao superestimar a expansão, "quando não havia como ter crescimento". De acordo com ele, medidas adotadas pelo governo federal no primeiro semestre para frear o consumo, como o aumento dos juros, explica o arrefecimento.
Já para este ano, as ações do Planalto que vão na contramão das medidas adotadas nos primeiros seis meses do último exercício ajudam a explicar a confiança em 2012. A Selic em queda, com perspectivas de chegar a um dígito, dá novo fôlego aos supermercados. Há ainda o aumento do salário mínimo de R$ 545 para R$ 622, o que representa mais consumo de artigos do segmento. A estimativa é alcançar neste ano uma alta de 4% nas vendas na comparação com 2011.
Mão de obra - Rodrigues fala ainda sobre a maior facilidade para contratar mão de obra extra, fato já constatado pela Amis. Com isso, o setor deve minimizar um gargalo que nos últimos tempos vem travando o crescimento. O superintendente estima que 8 mil novas vagas sejam criadas em 2012 e que as oportunidades sejam preenchidas sem dificuldades. No momento, 140 mil pessoas trabalham nos supermercados de Minas Gerais.
Os investimentos também vão continuar. A expectativa é que 45 lojas sejam abertas até dezembro e que 50 reformas sejam efetuadas, consumindo aportes de R$ 250 milhões. O volume de recursos esperado é maior do que o de 2011, quando foram injetados R$ 220 milhões na abertura de 42 unidades e 57 reformas.
E, embora as chamadas "lojas de bairro" tenham se firmado cada vez mais como uma tendência do segmento, o superintendente da Amis afirma que a aceleração dos resultados tem sido observada de forma ordenada em todos os modelos de negócios.
O crescimento por região também é equilibrado. Em dezembro, por exemplo, os pontos de venda da Zona da Mata foram os que mais se destacaram, com um salto de 26,88% nas comercializações ante novembro. Já os piores resultados vieram da região Norte, onde as vendas do último mês do ano superaram em 20,72% as do mês anterior.
E-commerce - Apesar de todos os tipos de supermercados continuarem em alta, o superintendente da Amis salienta o e-commerce como ferramenta cada vez mais difundida entre os empresários do ramo. "Percebemos que a tendência é que as lojas físicas sirvam para que o consumidor viva uma experiência, e assim conheça os produtos. Mas a finalização das compras ocorrerá muito mais na internet", adianta.
Uma prova da força do e-commerce, segundo ele, é uma estrutura montada pelo Walmart em Pedro Leopoldo, na Região Metrpolitana de Belo Horizonte (RMBH), para atender exclusivamente à demanda que vem da internet. De acordo com Rodrigues, a companhia investiu R$ 80 milhões no negócio desenvolvido no ano passado.
Veículo: Diário do Comércio - MG