Valor da produção no campo de SP sobe 18%

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O valor bruto da produção (VBP) agropecuária de São Paulo, medido "da porteira para dentro", deverá somar 37,7 bilhões em 2008, segundo estimativa preliminar do Instituto de Economia Agrícola (IEA), vinculado à Secretaria da Agricultura do Estado. Se confirmado o resultado previsto, o aumento em relação a 2007 (R$ 31,860 bilhões) será de 18,4%. 

 

Ainda que diversos produtos estejam contribuindo para o incremento projetado, o principal impulso virá da cana-de-açúcar, âncora do campo estadual. O IEA prevê que o valor bruto da produção canavieira paulista deverá atingir R$ 12,8 bilhões neste ano, 14,3% acima do montante de 2007. 

 

Como os preços da cana permaneceram até agora relativamente estáveis em relação ao ano passado, sustenta o crescimento do valor o avanço da produção física, alavancada por novas usinas sucroalcooleiras que, apesar do cenário bem menos favorável, entraram recentemente em operação. 

 

As projeções preliminares do IEA apontam que a cana representará 34% do VBP estadual em 2008. Em 2006, "ano de ouro" da cultura, a fatia foi de 44,9%. O valor ficou em R$ 14,816 bilhões, sustentado por volume e preços, já que a onda global em torno dos biocombustíveis ganhava vulto). 

 

Com isso, o valor bruto total da produção estadual atingiu o recorde de R$ 33,007 bilhões, que será superado. Apenas como ordem de grandeza, já que não são dois indicadores comparáveis, em 2006, conforme divulgou o IBGE, o PIB de São Paulo, a preços de mercado, somou R$ 802,6 bilhões. 

 

Em 2007, contudo, o VBP total da agropecuária caiu 3,5% justamente por causa da cana, que rendeu R$ 11,469 bilhões, 22,6% menos que no ano anterior. 

 

Com a recuperação da cana em 2008, os quatro principais produtos do campo paulista - os outros são carne bovina, laranja destinada às indústrias de suco e carne de frango - tendem a manter uma participação conjunta de 60,2% no VBP consolidado. 

 

Trata-se de uma concentração que preocupa o secretário da Agricultura de São Paulo, João Sampaio, que procura realçar incrementos expressivos em outras cadeias produtivas. Ele considera que a participação da cana pode até seguir em torno de 30%, desde que o valor total suba com outros produtos avançando também. 

 

"Não foi apenas a cana que cresceu. Pegue o caqui, por exemplo. Foram R$ 190 milhões, com um rendimento por hectare maior que o de muitos produtos mais importantes do ponto de vista do VBP. Ou os ovos, que deverão chegar a R$ 1,5 bilhão, ou mesmo a banana", afirmou ele. 

 

O levantamento preliminar do IEA mostra que, dos 50 produtos pesquisados, 13 devem encerrar o ano com queda dos preços médios em relação a 2007. A cana deve seguir estável, e 36 produtos tendem a apresentar elevação. Neste grupo, os destaques são as previstas elevações de trigo (174,8%), feijão (110,6%) e sorgo (97,6%). 

 

Para efeitos operacional e estatístico, o IEA divide o Estado em 15 regiões administrativas. A cana permanece o principal produto agropecuário em nove delas. Diferentes são as lideranças em Sorocaba (milho), Presidente Purdente e São José dos Campos (carne bovina), Registro e Baixada Santista (banana) e São Paulo (caqui). 

 

Veículo: Valor Econômico


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