Exportação será foco da TNT no Brasil

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Gigante mundial da condução de bens e documentos, e no Brasil tida como a maior transportadora de carga expressa, a TNT decidiu focar-se no setor de importação e exportação para manter sua posição. Mais especificamente, ela buscará ampliar sua clientela em dois nichos de mercado: o do transporte de autopeças e o de eletrônicos. Trata-se de segmentos que conciliam demanda elevada com alto nível de rentabilidade por viagem.

 

Com isto, a empresa espera que seu volume de cargas transportadas cresça mais de 15% no País em 2012, somando-se as operações domésticas e internacionais. São algumas das estratégias e previsões relatadas por Carlos Ienne, diretor da divisão Express da TNT Brasil, em entrevista exclusiva ao DCI. "Não queremos mais ser vistos como uma companhia que leva documentos e pequenas encomendas, apenas. A TNT mundial já decidiu que é nos mercados emergentes como Brasil, China e Chile que está a nova fronteira de crescimento da empresa", explica Ienne. Ele, que assumiu seu posto em julho de 2011, comanda uma equipe de 300 pessoas e se reporta diretamente ao presidente da organização no Brasil.

 

Target

O executivo explica como vem se desenvolvendo a estratégia da empresa: "Direcionar nossas ações para atividades de grande valor agregado e que estão inseridas no fluxo de comércio exterior brasleiro é uma ideia recente. O conceito, na forma atual, só ganhou forma a partir do ano passado". O transporte de autopeças feito pela TNT já ostenta cases de sucesso, como o contrato da empresa com uma unidade local da montadora de caminhões Scania. "A empresa estava levando 15 dias para exportar as peças que fabricava, e seu target [alvo] era reduzir para 9 dias", conta Ienne. "Nos contrataram para isto - e o resultado é que estamos conseguindo fazer este transporte para eles em 7 dias."

 

Quanto aos eletrônicos, a companhia tem uma forte atividade de importação e exportação de componentes em Manaus e no Estado de São Paulo. Usa, para tanto, os porões de aviões de passageiros que pousam no aeroporto da capital amazonense e em Viracopos, Campinas, que é o maior terminal de cargas do País.

 

O próximo passo da empresa, revela Ienne, será aumentar sua presença no Brasil no ainda mais rentável setor de transporte de peças e equipamentos hospitalares, o chamado Health Care. "Trata-se do suprassumo da logística expressa. Conduzir material de saúde exige um nível de especialização extrema da empresa, e nós estamos preparados para tanto."

 

Aquisições

 

A TNT está no Brasil desde 1989. No entanto, foi na última década que os holandeses resolveram pisar no acelerador por aqui e tornaram-se líderes locais em seu setor. Para tanto, aquisições de outras empresas foram necessárias. A primeira foi a Expresso Mercúrio, no início de 2007.

 

Na época, a Mercúrio era dona de 15% do mercado brasileiro de entregas expressas e tinha forte presença no Sul e Sudeste do Brasil. Em 2009 a companhia voltou à carga e comprou a Expresso Araçatuba, enfocada no transporte de cargas de São Paulo para as Regiões Norte e Centro-oeste do País. Em fevereiro do mesmo ano a empresa já havia anunciado a aquisição da companhia de logística LIT Cargo, no Chile. A TNT, no período, também adquiriu outras transportadoras de cargas em países emergentes, como a Hoau, na China, e a Speedage, na Índia.

 

"Hoje, no Brasil, operamos com as marcas TNT Mercúrio e TNT Araçatuba, dependendo da região do País. Isto fortalece nosso vínculo com as empresas locais, que já eram clientes destas transportadoras antes que nós as incorporássemos", diz Ienne.

 

Quanto à possíveis novas aquisições, o executivo é um pouco mais cauteloso. Para ele, os pesados investimentos que foram feitos no Brasil nos últimos anos ainda estão se pagando. "Nosso foco é usar agora ao máximo a capacidade que temos no País."

 

Tecnologia

 

A TNT tem 8 mil funcionários no Brasil e possui aqui 2.500 veículos próprios, através dos quais atinge 5.000 municípios em todo o território. A companhia cobre seis países da América Latina no modal rodoviário (Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai). Em nível global, a empresa transporta, por semana, 4,7 milhões de documentos, amostras e cargas em mais de 200 países.

 

A companhia quer continuar investindo pesadamente em tecnologia no Brasil. "Trouxemos recentemente equipamentos da Holanda que automatizam todo o processo de distribuição da carga entre os caminhões. Foi usando eles que conseguimos crescer tanto no transporte de autope- ças." Ela acaba de comprar 15 novas vans e planeja adquirir outras 15 até o final do ano, além de investir em scanners para suas unidades. A TNT também conta com caminhões blindados e rastreadores, que usa no transporte das cargas mais visadas por ladrões, como medicamentos. E por fim há os sorters, espécie de esteiras rolantes altamente sofisticadas.

 

A corporação emprega dois destes no Brasil, com capacidade média de 120 caixas por minuto, e já prepara a vinda de outros. "O sorter instalado em nossa filial paulistana reduziu de 6 horas para 1 hora o tempo de separação dos produtos a serem conduzidos", conta Ienne, orgulhoso da força de sua holandesa notável.

 

Veículo: DCI


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