O setor de embalagens registrou crescimento de 1,5% da produção física em 2011 ante o ano anterior, com receita líquida de vendas de R$ 43,7 bilhões. O resultado, muito abaixo da alta expressiva de 10,23% de 2010, indica um processo de acomodação do segmento e aponta que ele não deve ampliar sua participação no Produto Interno Bruto (PIB), avaliada em 1,1% neste ano. Em 1985, era de 1,5%. Apesar disso, o desempenho é superior ao da indústria brasileira como um todo, que avançou 0,27% no ano passado.
Os números foram divulgados ontem em São Paulo pela Associação Brasileira de Embalagem (Abre). Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), indica que o nível de emprego acompanhará essa redução de ritmo de atividade do País, com expansão moderada, o que indica 230 mil postos de trabalho até o final deste ano.
De acordo com o estudo, apresentado por Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas do Ibre/FGV, todos os tipos de embalagens produzidas tiveram resultados inferiores aos de 2010. O maior recuo foi o das que utilizam o plástico como matéria-prima (- 2,7%) ante elevação de 7,14% no ano anterior. Todos os outros itens registraram crescimento muito menor que o do ano anterior, como a madeira, que avançou 4,18% ante alta de 24,45%, e metal, que apresentou expansão de 2,42% depois de aumento de 16,26% nos mesmos períodos.
Entre as embalagens plásticas, os itens fabricados para produtos alimentícios e bebidas foram os que apresentaram diminuição mais expressiva na produção em 2011, um percentual de 10,03%. Eles representam 21,5% da fabricação desse grupo. Em seguida, a produção de sacos ou sacolas caiu 2,05%, e representa 22,4% do total.
No setor de papel, papelão e cartão, o desempenho anual foi positivo em todos os itens produzidos em 2011. As caixas de papelão ondulado avançaram 3,46%, enquanto caixas e cartonagens dobráveis de cartão, cartolina ou papelão liso cresceram 3,32%, e sacos e bolsas de papel apresentaram aumento de 12,36%. Esses últimos tiveram elevação expressiva principalmente no último trimestre, de 18,06% ante igual período de 2010, em razão das campanhas para a redução do uso de sacolas plásticas.
Estímulo à reciclagem – Além da repaginação do logotipo da associação, iniciativa que envolveu todos os membros da Abre, o segmento estabeleceu uma parceria com o Ministério do Meio Ambiente para estimular a reciclagem em todo o País. Batizado de Programa de Pacto Setorial, o acordo, segundo Ana Maria Vieira dos Santos Neto, diretora do Departamento de Consumo e Produção Sustentada do Ministério do Meio Ambiente, tem como objetivo disseminar uma linguagem comum de reciclagem em todo o País. A simbologia está no site da Abre (www.abre.org.br).
Veículo: Diário do Comércio - SP