Abit pedirá salvaguarda para confecção neste mês

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Petição será protocolada no ministério e na OMC .

 

Sofrendo com o crescimento das importações de produtos estrangeiros, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Aguinaldo Diniz, informou que o setor prepara uma petição, que deve ser protocolada no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) até meados deste mês, para criar salvaguardas para o setor de confecções. "Nosso setor já está preparando a petição, que deve ser protocolada aqui e depois na OMC (Organização Mundial do Comércio) em meados de março, com o apoio do governo", afirmou.

 

Ele relatou que, recentemente, esteve em três reuniões com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Saímos da reunião empolgados", disse. "Ele foi taxativo (em relação à decisão da salvaguarda)", acrescentou, durante entrevista coletiva na Confederação Nacional da Indústria (CNI).

 

Diniz também comentou a decisão de iniciar o pedido de salvaguarda para o setor anteontem à noite com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. "Ele me disse o seguinte: monte o protocolo e conte com o governo."

 

O pedido de salvaguarda será para todos os produtos importados, mas o presidente da Abit disse que 99,99% dos problemas do setor de confecções são a China. "Aqui nosso câmbio está valorizado em 20%. Lá, está subvalorizado em 25%. Só aí é uma diferença muito grande", afirmou.

 

Ao receber a informação de Diniz sobre a medida, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, mostrou-se cético em relação à conseqüência prática da medida. "Isso demora uns dois anos para dar solução", calculou. O presidente da Abit acrescentou: "O problema é que, até lá, muitas vezes a empresa já fechou."

 

Concorrência - Diniz disse que o setor sofre com a entrada de produtos estrangeiros no país, mas que desejaria que a competição ocorresse em ambientes iguais. "O setor têxtil não teme a concorrência. Não queremos é concorrência predatória; queremos competir em situações iguais", afirmou.

 

Diniz calculou que em 2010 e 2011, a indústria perdeu 60 mil postos de trabalho. Para todo o setor, por conta da cadeia produtiva longa, ele acredita que isso signifique um total de 240 mil vagas. "Vantagem não é comprar produto barato, vantagem é ter emprego."

 

Isso ocorre, de acordo com ele, porque a participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) saiu de quase 30% há alguns anos para 15% agora "Não é tanto o percentual de queda que preocupa, é mais a rapidez com que isso aconteceu. A tendência da curva é preocupante", avaliou.

 

O presidente da Abit fez questão de enfatizar que o setor não deseja proteção especial do governo. "Queremos defesa comercial justa. Precisamos de medidas urgentes, pois não temos mais tempo para esperar. Não podemos entregar nossa indústria de mão beijada", comentou.

 

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior informou ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, que avaliará a solicitação do setor têxtil sobre o pedido de abertura de investigação para aplicação de salvaguarda no segmento de confecções. Depois da conclusão da apuração, que não tem prazo para terminar, o Ministério decidirá se abrirá o processo ou se arquivará o caso.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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