Milho vai dar bons lucros aos produtores

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A confirmação da quebra de safra de milho no Sul do país proporcionará ganhos aos produtores mineiros do cereal. De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), com a queda significativa na safra, os estados do Sul do país, que são fornecedores do produto para as demais regiões brasileiras, deverão em 2012 adquirir o produto do Sudeste. Com a demanda aquecida, a tendência é de que os preços sejam sustentados nos patamares atuais.

De acordo com o coordenador da assessoria técnica da Faemg, Pierre Santos Vilela, mesmo com a previsão de alta na safra mineira do cereal e o avanço da colheita no Sul do Brasil, os preços do cereal continuam em patamares elevados. Apesar da estabilidade observada desde o final de 2011, os valores pagos pela saca de 60 quilos estão em torno de R$ 25, valor suficiente para cobrir o custo de produção e garantir boa lucratividade para os agricultores.

"Com a previsão de aumento da safra, a tendência era de que os preços do cereal recuassem e ficassem em torno de R$ 20 por saca em Minas Gerais. Acreditamos que mesmo durante o pico da colheita de milho no Estado os preços se manterão estabilizados ou com pequena variação negativa", diz Vilela.

A sustentação dos preços se deve à redução da oferta de milho no Sul do país. Além disso, por ser uma região com grande produção avícola e suinícola, a tendência é de que os produtores daquela região passem a comprar o milho do Sudeste, o que irá beneficiar Minas Gerais.

"Ao que tudo indica, a oferta do cereal na região Sul do país será inferior à demanda. O governo já busca soluções, como subsídios para o transporte do milho, para evitar o desabastecimento", adianta Vilela.

Leilão - Com a quebra da safra, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), anunciou o primeiro leilão do cereal para o próximo dia 15. Em nota, o Mapa explica que o leilão tem o propósito de manter abastecido o mercado, especialmente nos estados do Sul, afetados pela estiagem.

O leilão vai destinar à comercialização 80 mil toneladas de milho, 40 mil delas para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina e a mesma quantidade para oa Espírito Santo e Rio de Janeiro, além das regiões Norte e Nordeste e do Norte de Minas. Estas é uma forma de o governo abastecer o mercado, diante da carência do produto, e de atender ao setor, que enfrenta dificuldade devido à quebra da safra por conta das oscilações climáticas.

Junto ao leilão também ocorrerá a venda direta, denominada Venda Balcão. Em ambos os casos, a operacionalização será feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério.

A safra no Sul do país já foi praticamente encerrada. Em Minas, a colheita está no início. Os trabalhos efetivos deverão ser iniciados entre a primeira quinzena de março e a segunda de abril, quando grande parte da lavoura estará em ponto de ser colhida.

A produção de milho em Minas deverá ficar em torno de 14% superior à colhida em 2010/11. O crescimento poderá ser um pouco menor devido à estiagem em várias regiões do Estado ao longo de fevereiro.

Segundo Vilela, além das chuvas do início do ano, a seca prolongada na Zona da Mata, região Central e Vale do Rio Doce pode impactar negativamente a produtividade da cultura. As chuvas estão praticamente regulares somente no Triângulo e Sul do Estado.

"A fase atual é de enchimento das espigas. Com a seca, este processo pode ser prejudicado, o que impacta diretamente na produtividade. Caso chova nos próximos dias as perdas serão minimizadas", observa.


Estimativa - A estimativa é de que Minas Gerais colha na primeira safra do ano cerca de 7 milhões de toneladas de milho, alta de 14% sobre a safra anterior. Caso o volume seja alcançado, a produção estadual será recorde.

Segundo Vilela, dois fatores foram essenciais para a ampliação da produção de milho em Minas. O primeiro foi a estimativa positiva para o mercado em 2012, com previsão de estoques baixos e preços elevados. Além disso, as perspectivas mais positivas para o cereal em relação a outros produtos, como a soja e o feijão, fizeram com que houvesse maior migração dos produtores. O resultado foi um incremento de 8,5% na área plantada.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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