Rede de vestuário diversifica com plano de focar em nichos

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Uma das maiores redes do vestuário no Brasil, a Marisa apostará na ampliação do mix de produtos para crescer suas operações ao longo deste ano. A ideia é aproveitar a crescente demanda da classes emergentes, em especial a C, para melhorar sua lucratividade. A meta da rede é inserir calçados nas prateleiras das suas 336 lojas, além de aproveitar o bom momento da mais recente operação, as lojas segmentadas Marisa Lingerie - que comercializam exclusivamente moda íntima, masculina e feminina, além de pijamas - para colocar moda praia e fitness (roupas de academia) em sua gama de itens ofertados ao seu público-alvo: mulheres de 20 a 35 anos, pertencentes a classe C.

Sessenta lojas do grupo receberão inicialmente esse novo setor de calçados ao longo deste ano, afirmou Paulo Borsatto, diretor de Relações com Investidores da empresa. "Em abril algumas lojas começam a receber esse novo espaço. Ao longo do ano serão 60 lojas com um setor de calçados", disse ele. Já Márcio Goldfarb, presidente da rede de vestuário, explica que o bom momento da loja segmentada em moda íntima fez a empresa ampliar os produtos ofertados. "O modelo (Marisa Lingerie) vai bem e é novo em nossa rede. Vamos incrementar o mix de produtos nessas lojas, e colocar itens de moda praia e fitness", explica o empresário.

Para este ano, a Marisa estima 33 novas lojas em operação no País, sendo que 21 delas já estão com contratos assinados e serão abertas ainda neste primeiro semestre. "Nossa expectativa é ter mais de 33 novas lojas, 21 desses projetos já estão encaminhados e vão ajudar a rede crescer ao longo de 2012", disse Borsatto.

O número é menor em relação ao ano passado, período em que o Brasil recebeu 59 operações, sendo que 17 dessas novas lojas foram abertas em dezembro de 2011. A rede estima investir em torno de R$ 130 milhões na abertura de novas operações e no aumento na área de venda das lojas já consolidadas no mercado nacional.

O fator relevante é a queda no faturamento da rede Marisa que no quarto trimestre teve redução de 14,9% em seu lucro líquido em relação ao mesmo período de 2010 totalizando R$ 177,5 milhões. O desempenho mostrou-se menor no trimestre do ano anterior, momento em que a rede perdeu 58,6% de seus ganhos o que lhe rendeu apenas R$ 36,3 milhões na comparação com igual período de 2010.

A explicação apresentada pelos representantes da Marisa foi o cenário macroeconômico, com menor concessão de crédito, em especial ao público alvo da rede, que é a classe C. "No contexto macroeconômico em que a classe C foi afetada por cortes na concessão de crédito foi um dos fatores responsáveis por esse menor desempenho", enfatizou Borsatto que completou: "O cenário de desaquecimento da economia brasileira somado à pressão inflacionária de alimentos e serviços tenha atingido de forma bastante direta a classe C é outro fator e ser levado em consideração."

O fator evidenciado pela rede foi o atraso na inauguração de lojas que foram instaladas em shopping centers e tiveram a data de entrega prorrogada por atraso nas obras. "O atraso na inauguração das lojas fez com que a nossa lucratividade caísse e que ao estar abertas ao público chegaram com preços remarcados ao consumidor", explicou o diretor de relações com investidores. Investimentos em propaganda e no "Programa Amiga", de fidelização dos clientes, também foram mencionados como impulsionadores de um quarto trimestre difícil à empresa.

Outro dado relevante é a canibalização das lojas que foram abertas em dois anos e que não renderam à rede o que era estimado ao serem inauguradas. "Das novas lojas inauguradas entre os anos de 2010 e 2012, 12% não apresentaram o desempenho que esperávamos", conforme comentou Goldgfarb.

Cartão de crédito

As operações de Private Label - cartão de crédito com a bandeira Marisa - também apresentarem queda no número de contas ativas na comparação com o quarto trimestre de 2010 e 2011.

Paulo Borsatto explicou o fato com a menor demanda de crédito dos clientes da rede. "Foi sentida uma redução na atividade dos cartões no varejo o que resultou em uma menor utilização do crédito com o nosso private label", disse. A maturação do novo sistema de pagamento via cartão, chamada de Co-Branded também é o impulsionador dessa queda.

A inadimplência no pagamento dos cartões no mês de outubro, segundo a rede, deveu-se à greve dos Correios ocorrida no período, em que grande parte dos clientes não recebeu e por consequência não quitou a fatura.

A rede prevê para este ano economia de R$ 52 milhões com despesas administrativas. Para as operações de crédito - SAX Empréstimos Pessoais - a rede projeta forte crescimento e que segundo os empresários tem como meta dobrar suas operações em dois anos.


Veículo: DCI


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