O uso de produtos descartáveis é disseminado entre os consumidores brasileiros. Porém, nem sempre eles seguem os padrões de qualidade exigidos pelos órgãos fiscalizadores. Produtos com defeitos e de baixa qualidade são vendidos a preços menores e geram concorrência desleal no mercado. A Descartáveis Zanatta, sediada em Três Corações, no Sul de Minas, é uma das empresas que "sente" no faturamento essa situação.
Segundo o gerente de planta da companhia, Walmir Vieira de Souza, o principal entrave para o crescimento das vendas dos produtos descartáveis no país é a disputa com produtos que não seguem os padrões impostos pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que são maioria no mercado.
A última pesquisa realizada pelo órgão revelou que dentre 12 amostras de copos descartáveis disponíveis no mercado brasileiro, 11 falharam nos teste de massa e resistência. Outras seis marcas falharam em conter o número correto de unidades registrada na embalagem.
A Descartáveis Zanatta, unidade de fabricação e distribuição de produtos descartáveis como copos, pratos, bandejas e tampas do grupo catarinense Canguru, fabrica 280 toneladas de material por mês. Com 13 anos de atuação, ela possui 120 funcionários, porém trabalha com capacidade ociosa de 40%.
A fábrica já chegou a produzir 400 toneladas por mês, mas não era economicamente sustentável. "Tivemos que diminuir nossa produção para aumentar a rentabilidade, mas é difícil competir com os produtos de má qualidade ofertados a preços muito abaixo do mercado. Nós seguimos todos os padrões de qualidade requisitados", explica Souza.
Certificação - Ainda de acordo com o gerente, em julho, o Inmetro pretende exigir das fabricantes de produtos descartáveis a certificação compulsória, que normatiza peso, espessura e resistência do material oferecido aos consumidores. "Os grande compradores, como atacadistas e supermercados, vão ter que comprar os produtos de qualidade, o que vai melhorar a concorrência no mercado", explica.
A empresa é estrategicamente localizada entre as cidades de Belo Horizonte e São Paulo e, neste ano, realizou sua primeira exportação. "Foram enviadas 20 toneladas de copos descartáveis para o Chile. Os compradores externos valorizam mais a qualidade dos produtos", revelou.
Há 40 anos atuando no mercado latino-americano, a Canguru é uma das principais transformadoras de resinas termoplásticas do continente. Ela possui duas unidades voltadas para a fabricação e distribuição de produtos descartáveis em Criciúma, Santa Catarina e Três Corações. Com 30 mil metros quadrados, a unidade mineira foi incorporada ao grupo em 1998.
Veículo: Diário do Comércio - MG