Minas deve colher 45,6 milhões de cocos-da-baía neste ano, de acordo com projeção da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), fundamentada em dados do IBGE. O crescimento estimado da produção, comparado à safra anterior, é de apenas 1%, mas os produtores acreditam que a renda do setor vai aumentar, principalmente como conseqüência da recuperação dos preços do fruto registrada desde a última semana de fevereiro.
Arlim Maria Ribeiro Neto, administrador da Fazenda Coqueiro Verde, no município de Várzea da Palma (Norte do Estado), diz que o preço líqüido do coco ao produtor em Minas oscila atualmente entre R$ 0,70 e R$ 0,75 a unidade. "Caso este valor seja mantido, o produtor poderá garantir a sua renda. Nesta situação, mesmo considerando que houve retração dos preços de janeiro até a terceira semana de fevereiro, a média atual será cerca de 44% superior à registrada em 2011", acrescenta o administrador.
De acordo com ele, o mercado de coco no Estado sempre tem boas condições de recuperação porque o produto, de alta qualidade, é disputado por outros estados, com consumo crescente principalmente no litoral de São Paulo e do Rio de Janeiro.
"O produtor precisa ter certeza de que venderá grandes volumes para investir no aumento da produção e na melhoria da qualidade do coco", observa Neto. "A Fazenda Coqueiro Verde acredita na recuperação do mercado e vem obtendo safras cada vez maiores. A de 2012 é estimada em 4 milhões de frutos. O volume é 14,2% superior ao registrado no ano passado e corresponde a 30% da produção prevista este ano para o Norte de Minas.
Atividade sustentável - A área plantada com coco na Coqueiro Verde é de 180 hectares, a maior do Estado, representando 26,2% do espaço total ocupado pela cultura na região. "O trabalho na fazenda é orientado por práticas recomendadas para a obtenção da sustentabilidade. Utilizamos processos automatizados de irrigação que controlam o volume de água para cada área de plantio, conjugando a prática com a adubação, principais responsáveis pela produtividade da ordem de 36 mil frutos por hectare. O volume equivale ao dobro do rendimento médio das áreas de coco de todo o Estado", diz.
Um dos projetos da Coqueiro Verde para este ano é a implantação de mais 150 hectares de coqueiros, que devem começar a produzir até 2016. Segundo Neto, a boa localização de Várzea da Palma em relação principalmente aos mercados de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte é um fator importante para a decisão de manter o plano de expansão do plantio.
Além da região Norte, que responde por cerca de 19,1 milhões de frutos ou 42% da colheita de coco no Estado prevista para este ano, a produção do fruto é expressiva também no Rio Doce (11,6 milhões de frutos), Jequitinhonha/Mucuri (5,7 milhões), Zona da Mata (5,7 milhões) e Triângulo (2,3 milhões).
"O destaque na produção de coco do Norte de Minas, e especialmente do município de Várzea da Palma, é uma prova do papel transformador da irrigação na agricultura", diz o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento. "Conjugados com a adubação orientada por técnicos, os programas de irrigação ampliam os períodos de produção dos alimentos, como no caso da Fazenda Coqueiro Verde, onde coco de qualidade é colhido em grande volume o ano inteiro. Segundo estimativa da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), nos próximos vinte anos, cerca de 40% do aumento da produção de alimentos deverão ser gerados pelas áreas irrigadas", complementa. As informações são da Seapa.
Veículo: Diário do Comércio - MG