Calote no varejo cai com o uso de cartões

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A facilidade de poder dividir o valor de uma compra em duas, três, cinco ou até mais vezes sem juros acarreta vantagens não apenas para o consumidor, como também para quem está do outro lado do balcão. Uma pesquisa divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) indica que 78% das transações no varejo são atualmente efetuadas com o cartão de crédito. Com isso, muitos lojistas observam uma diminuição nos índices de inadimplência, já que com os cartões o cliente que não está com as contas em dia passa a dever à administradora do cartão, em vez do estabelecimento.

Para a gerente da loja de roupas femininas Le Lis Blanc, Lucilene Carvalho, a inadimplência já deixou de ser um problema. A loja, que funciona no Boulevard Shopping, região Leste da Capital, continua aceitando cheques, um dos principais responsáveis pelo aumento do calote. Contudo, desde que o "dinheiro de plástico" se tornou mais comum entre os consumidores, apenas 5% das vendas são concluídas com aquela modalidade de pagamento. Ela afirma que, devido ao uso constante de cartões, seu índice de inadimplência hoje é praticamente zero.

"Continuamos com os cheques para dar mais opções ao consumidor e também para manter aquele cliente que prefere essa forma de pagamento, muitas vezes para não comprometer o cartão. Na hora do pagamento, o comprador preenche um cadastro e também consultamos o Serasa. Ações como essas ajudam a evitar futuros problemas", declara.

Na Sketch do Shopping Cidade, na região Central, os cheques também continuam a ser aceitos, mas, para se proteger de possíveis calotes, a lista de restrições é ainda maior, o que inibe aquele consumidor com o orçamento já comprometido. Conforme a gerente Cristina Diniz, os cheques respondem somente por 1% das transações. A maioria opta mesmo é pelo cartão de crédito. "Aceitamos o limite máximo de R$ 100 por folha e, além disso, o cliente precisa dar uma entrada em dinheiro ou no cartão de débito. Com as restrições, o número de cheques sem fundos caiu, mas, mesmo assim, a inadimplência ainda ocorre", explica Cristina Diniz.

Ela acrescenta que o preço pago pelo aluguel das máquinas, encargos e demais custos gerados pelo uso do cartão compensa, pois as facilidades em decorrência da concessão do crédito atraem o consumidor e, em contrapartida, garantem a tranqüilidade do lojista. "Há dez anos, como recebíamos um volume maior de cheques, o nosso índice de inadimplência variava entre 10% e 20%."

Constantes prejuízos causados pela emissão de cheques sem fundo fizeram com que a loja Step One, também no Shopping Cidade, parasse de aceitar cheques há cerca de um mês. De acordo com o gerente da loja, Gustavo Antonini, os cartões hoje são responsáveis por até 90% dos negócios. "O uso de cheques diminui a cada dia e, nos últimos meses, essa forma de pagamento era responsável por apenas 10% das vendas", afirma.

Mesmo consultando o Serasa, os cheques não compensados ainda eram muitos. Por trabalhar há seis anos como gerente, ele também diz que observa um crescente decréscimo na inadimplência, decorrente do aumento do uso dos cartões. "Acredito que houve uma diminuição de 30% a 40% da inadimplência nos últimos seis anos. Como paramos de aceitar cheques, penso que não vamos ter mais problemas relacionados à falta de pagamento. Os cartões geram alguns custos, mas, vale a pena arcar com todos eles", conclui.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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