Os lojistas, principalmente dos segmentos de supermercados, perfumarias, livrarias, lojas de departamento e lojas especializadas, como bombonière e delikatessen, estão mais otimistas com a Páscoa este ano. Para pouco mais de 90% deles, a data afeta os negócios de forma positiva, e 77% esperam vender mais, em relação a 2011. Segundo 38,9% dos entrevistados, esse crescimento deve ficar entre 10% e 20%. Os dados são de pesquisa divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio- Minas).
O estudo mostrou que, ano passado, a expectativa não era tão boa. Em 2011, 53,6% dos lojistas apostavam em um incremento em relação a 2010. Para Silvânia de Araújo, gerente do Departamento de Economia da Fecomércio Minas, alguns fatores esclarecem o entusiasmo. Entre eles, destaca-se o fato de a data voltar a cair no início do mês, período em que a maioria dos consumidores já recebeu o pagamento e, portanto, tem mais dinheiro para gastar. No último ano, a Páscoa foi celebrada em 24 de abril, último domingo do mês.
Ela chama a atenção também para a atual conjuntura econômica, com juros em queda e baixas taxas de desemprego, que favorecem o consumo. "No último ano, a preocupação com o cenário financeiro era maior, o que fez com que os empresários investissem na data de forma mais moderada. Agora, um conjunto de razões reforçou a confiança do setor, que voltou a enxergar na Páscoa uma maneira de incrementar os negócios", diz Silvânia.
Já para sair na frente da concorrência e atrair o público, a maioria dos lojistas entrevistados, 24,6%, investiu em novidades para diversificar o mix de produtos ofertados. "A Páscoa é tradicional, mas isso não significa que as pessoas não querem fugir do óbvio e surpreender", aposta.
Sendo assim, os lojistas já observam o quanto é importante oferecer itens mais criativos, acrescenta a especialista. A segunda estratégia para aumentar as vendas, citada por 20,8%, será investir na vitrine. Em seguido vêm as promoções, 16,4%, e melhoria no atendimento, 12%.
Segundo a pesquisa, o que deve fazer o consumidor pisar no freio e gastar menos é o endividamento. Para Silvânia, isso não é nenhuma surpresa. "As pessoas têm contas a pagar em qualquer época do ano", afirma.
Para tentar encontrar uma brecha dentro do orçamento já comprometido, os compradores devem optar por parcelar as compras de Páscoa no cartão de crédito. O "dinheiro de plástico", forma de pagamento mais comum no comércio atualmente, deve corresponder, segundo o estudo, por 43,8%. Em contrapartida, apenas 7,9% dos entrevistados acreditam que o consumidor deve optar pelo cartão de débito.
Veículo: Diário do Comércio - MG