Empresários calculam impacto nas vendas com IPI mais baixo

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O anúncio do ministro da Fazenda, Guido Mantega, na segunda-feira, que prorroga a redução do IPI para produtos da linha branca até junho e estende o benefício para móveis, revestimentos, laminados e luminárias foi bem recebido e comemorado por empresários gaúchos. A novidade foi saudada especialmente pelo setor moveleiro gaúcho, que há anos perde participação principalmente no mercado externo, quanto pelo varejo, que obtém a manutenção de um estímulo que vem gerando bons resultados nas vendas.

Enquanto estiver vigorando a medida de estímulo adotada pelo governo federal, o comércio vai ostentar móveis mais baratos graças à redução de 5% para zero na alíquota do IPI de toda linha de móveis. O presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Rio Grande do Sul (Movergs), Ivo Cansan, afirma que a entidade já estava esperando a inclusão do setor caso a medida fosse prorrogada. “Em 2011, o setor ficou praticamente estagnado e nós vínhamos mostrando isso ao governo.” De acordo com Cansan, mesmo com um prazo restrito de 90 dias, as vendas das fábricas gaúchas devem aumentar em 15%, o que ainda deve impactar na geração de novos postos de trabalho.

A presidente do Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves, Cátia Scarton, destaca que o mercado nacional deve crescer de 8% a 10% até o fim de junho e a expectativa que os primeiros reflexos já sejam percebidos na Movelsul, feira do setor que começou na segunda-feira em Bento Gonçalves. “Havíamos estimado US$ 330 milhões em negócios e com o anúncio imaginamos que esse valor passe para US$ 360 milhões”, diz.

No caso das luminárias e lustres, que tiveram redução de 20% para 5% na alíquota do IPI, os impactos da medida são desconhecidos e ainda serão avaliados. O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), Getulio Fonseca, alega que o impacto mais significativo é para o comércio e que a indústria vê a medida como um paliativo e não como uma solução para a falta de competitividade. Para ele, os fabricantes devem sentir os efeitos quando a medida já estiver próxima do fim. “Uma redução tributária, como um todo, incide em uma aceleração nas vendas, então isso ajuda, mas o impacto às vezes é visto mais para frente.”

Já no comércio o momento é de festa. Segundo dados da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS), o incremento nas vendas com a redução do IPI até o momento já alcançou 8% e pode chegar 12% com a continuidade da medida. “Vamos lutar para que essas reduções permaneçam o maior tempo possível”, diz o vice-presidente Fernando Luis Palaoro. O presidente do Sindilojas, Ronaldo Sielichow, afirma que o varejo já estava pressionando pela manutenção da redução do IPI, que com a baixa dos preços aumenta o poder de compra do consumidor.

Mesmo louvando a iniciativa, que entre dezembro e março aumentou em média 30% a venda da linha branca em Porto Alegre, o presidente da CDL-Porto Alegre, Gustavo Schifino, indaga o porquê de o governo não estender essa redução a todos os setores. “A medida é essencial, mas lamentamos que o mesmo não seja feito em outros setores da economia, pois todos precisam de desoneração”, sugere Schifino.



Veículo: Jornal do Comércio - RS


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