As franquias de alimentação rompem fronteiras de vendas

Leia em 4min 10s

O mercado aquecido, em especial para as empresas que atuam com alimentação, faz com que empresas que tradicionalmente eram players do ramo de fast-food, diversifiquem suas operações, e a tendência começa a ganhar fôlego entre as redes de franquias do fast-food. No Brasil, marcas como a Vivenda do Camarão, rede especializada em frutos do mar, e agora o Habib's, ultrapassam as fronteiras de seus restaurantes e começam a disputar o mercado entre os fornecedores.

Na Vivenda, a empresa diz ter sido a primeira a ampliar a atuação das franquias com a comercialização de pratos prontos e congelados para hotéis e motéis. Outra de olho em oportunidades rentáveis é o maior grupo brasileiro de alimentação rápida, Habib's, que desenvolveu uma linha gourmet e firmou parceria com o Walmart para comercializar nacionalmente produtos da marca nas gôndolas da rede.

Os consumidores terão à sua disposição nos mercados - até o meio deste ano - novos produtos relacionados à marca de culinária árabe, em uma linha de pratos de macarrão prontos e congelados, além dos quitutes já vendidos atualmente nessa parceria: pastel de Belém, empada e bolinho de bacalhau. Estes custam em média de R$ 7 a R$ 10 por caixa com seis unidades, conforme havia antecipado o DCI, em fevereiro deste ano. Conforme informou Mauro Saraiva, diretor de Produção e Logística da rede, em 180 dias haverá novos produtos nas lojas dos parceiros (Mambo, Giga, Pastorinho, Cooperhodia). "Vamos lançar a linha de macarrões congelados, que vão competir diretamente com os produtos da BrFoods, da Sadia, da Seara", disse.

Os produtos que vão se inserir no autosserviço vão seguir o lema da empresa: vender mais barato que os concorrentes. "Nossas linhas serão em média de 15% a 20% mais baratas que as marcas que hoje são líderes de mercado."

Ainda segundo o executivo, que pode vir a ser o sucessor do fundador do grupo Alberto Saraiva, já está em negociação a venda de seus produtos para o Grupo Pão de Açúcar (GPA), primeiramente para a bandeira Extra, que vai mais ao encontro do público alvo do Habib's, da classe C. "Posteriormente esses produtos, que também vão ganhar o incremento com a venda de coxinhas e dos minikibes, vão chegar a todas as bandeiras do grupo Pão de Açúcar", enfatiza o diretor.

Produção

A demanda crescente fez com que o grupo Alsaraiva - holding das marcas Habib's, Ragazzo, Box 30, Promilat, Arabian Bread, Ice Lips/Portofino, PPM, Bibis' Tur, Vector 7, Franconsult, Planej e VoxLine - investisse em mais locais de produção. "É provável que em cinco anos teremos que abrir uma fábrica apenas para suprir a demanda das vendas no varejo", enfatiza Mauro Saraiava. Ele também informou que a produção do sorvete Portofino vai ser modernizada, e que muito em breve o grupo firmará parceria para a produção de produtos próprios para a marca Dia, além de passar a produzir alguns produtos da linha Qualitá para o Pão de Açúcar. Atualmente o grupo produz 99% do que é comercializado nas 407 lojas em operação, em 17 estados e no Distrito Federal.

Para o presidente do Grupo Alsaraiva, Alberto Saraiva, a intenção da rede de expandir de forma verticalizada é que faz a empresa manter-se saudável ao longo dos anos. Ainda segundo o fundador da rede - prestes a completar 25 anos no mercado -, existe a possibilidade de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) nos próximos três anos. "O Habib's é rentável, mas já analisamos um IPO. Vou me manter como presidente do conselho, caso isso ocorra", disse Alberto Saraiva.

Lançamentos

Enquanto a ida à bolsa de valores é uma perspectiva futura, a rede aposta em parceria e no lançamento contínuo de produtos em seu cardápio. "Muito em breve lançaremos o novo cardápio, e nele estarão novidades como Bib's Bauru, Wafle de Presunto com tomate e queijo, dois tipos de sobremesa, e o Bib's Dog, que já está em fase de teste", afirma o presidente da rede.

Para o inverno, Alberto Saraiva afirma que os restaurantes do Habib's terão sopas, e esfihas doces de chocolate para a Páscoa. Há, ainda, a parceria firmada com o Disney Marvel: com investimento de R$ 15 milhões o Habib's vai lançar em suas lojas o lanche "vingador", com apelo ao filme que está prestes a estrear nas telas de cinema, "The Avengers", o maior investimento da Disney este ano. "Vamos entrar no mercado de hambúrguer para competir com outros grandes nomes", diz Alberto Saraiva. A novidade ficará nas lojas enquanto o filme estiver em cartaz e, caso tenha retorno - a meta é vender mais de 1 milhão e 200 mil unidades por mês, e passar à venda mensal de beirutes, lanche que será um dos carros-chefes da rede. "Se ele vender bem permanecerá na rede. Nós viemos para competir com um lanche a R$ 11,90, mais barato que o dos demais", diz.



Veículo: DCI


Veja também

Kraft e Nestlé miram demanda de chocolates em Israel

A Kraft Foods e a Nestlé estão de olho no mercado israelense de chocolates, que vem tendo procura maior e ...

Veja mais
Ferrero Rocher cria novo cartão

A Ferrero Rocher, marca de chocolate premium do grupo Ferrero, traz outra ação para as vendas de Pá...

Veja mais
Ovo de Páscoa custa 314% mais que barra

Cem gramas de ovos de Páscoa custam 314% a mais do que o mesmo peso na barra de chocolate de marca igual - caso d...

Veja mais
Importação de vestuário bate recorde

Compra de outros países no primeiro bimestre aumenta 72,5% em relação a igual período do ano...

Veja mais
Empresários calculam impacto nas vendas com IPI mais baixo

O anúncio do ministro da Fazenda, Guido Mantega, na segunda-feira, que prorroga a redução do IPI pa...

Veja mais
Azeite da Epamig é atração em festival

O azeite produzido em Minas Gerais será destaque no 2º Festival Gastronômico de Maria da Fé, no...

Veja mais
Uberlândia ganha mais um mall

Uberlândia Shopping, do Sonae, recebeu aporte de R$ 201 mi e tem ABL de 45 mil metros quadrados.Os investidores do...

Veja mais
Raia Drogasil faturou R$ 4,7 bilhões

Ebtida ajustado alcançou R$ 271,5 milhões e o lucro líqüido ficou em R$ 151,4 milhões.A...

Veja mais
Desoneração é comemorada apenas como atenuante

Embora encarada pela indústria apenas como medida paliativa diante do mau momento para o setor, a prorrogaç...

Veja mais