Ao detalhar o comportamento dos grupos dentro do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de 0,10% na terceira quadrissemana de março, o coordenador do índice, Rafael Costa Lima, destacou que nenhum deles teve um comportamento excessivo, tendo todos ficado dentro da normalidade. "Os movimentos estão dentro do previsto. Não há destaques de alta, mas reversões do comportamento de queda", disse o economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Um exemplo é o grupo Alimentação, cujos preços estavam em queda desde a primeira quadrissemana de fevereiro. Após fechar o mês passado em baixa de 0,98%, desacelerou o recuo para 0,63% e para 0,25% nas duas primeiras quadrissemanas de março. Na terceira medição, migrou para o campo positivo (+0,15%).
Nesse grupo, Costa Lima ressaltou a contribuição da inversão da deflação dos Industrializados (-0,30% para 0,06%) entre a segunda e a terceira quadrissemanas e a queda menor de Semielaborados (-1,99% para -1,56%), influenciado sobretudo por Carnes Bovinas (-5,08% para -4,76%). Enquanto isso, os in natura aceleraram o avanço, de 2,52% para 3,42%. Destaque para Cebola (18%), que liderou nessa leitura o ranking de aumentos dos itens que mais contribuíram para o IPC.
Em contrapartida, o grupo Despesas Pessoais aprofundou a queda (-0,10% para -0,15%), puxado pelo recuo maior de Recreação e Cultura, de -1,16% para -1,46%. Neste subgrupo, o destaque foi Viagem (Excursão), com baixa de 4,04%, item que liderou o ranking de queda dos itens que mais contribuíram para o IPC. Também chama a atenção a redução média de preços de 4,14% em Passagens Aéreas. "Mas é um movimento sazonal", alertou Lima.
Trajetória benigna foi verificada também em Habitação (0,12% para 0,03%), grupo com maior participação, de cerca de 30%, no IPC. "Habitação está desacelerando com a saída do impacto do reajuste de IPTU e da pressão de condomínio", disse o coordenador, destacando ainda a contribuição favorável de Equipamentos de Domicílio (-0,79% para -1,11%), com destaque para itens de linha branca, como geladeira (-3,49%) e máquina de lavar roupa (-3,87%), que estão com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido desde dezembro.
Em Saúde, houve aceleração no ritmo de alta (0,23% para 0,36%), determinado pelo subgrupo Serviços Médicos e Laboratoriais (0,52% para 0,94%), por sua vez puxados pela de alta de preços de consultas médicas (1,71%) e de dentistas (0,82%). (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG