O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou ontem financiamento de R$ 35 milhões para dois projetos da Natura Cosméticos. Um deles, para desenvolvimento de nova linha de produtos, receberá R$ 17,45 milhões. Outros R$ 17,5 milhões serão investidos em novo centro de distribuição da marca no bairro Parque Anhanguera, em São Paulo.
A operação foi feita por meio das linhas BNDES FINEM Inovação Produção e BNDES PSI Inovação, informou o gerente do Departamento de Bens de Consumo, Comércio e Serviços do banco, Bruno Miller. Os recursos foram aprovados antes das reduções de juros e alongamentos de prazos de várias linhas do banco, anunciadas pelo governo na semana passada durante o lançamento do pacote de medidas de estímulo à indústria, em Brasília. "O pedido de financiamento, por meio de carta-consulta, veio ao banco no final de 2010, e o enquadramento do financiamento em meados de 2011", acrescentou Miller.
O gerente preferiu não comentar sobre que tipo de item a empresa estaria desenvolvendo com recursos do banco. Apenas salientou que a nova linha de produtos tem características inovadoras, coerentes com as descrições exigidas para as linhas BNDES FINEM Inovação Produção e BNDES PSI Inovação.
Quanto ao novo centro de distribuição, o projeto abrange uma área de 25 mil metros quadrados. Também incluirá tecnologias para aprimorar o sistema de logística da empresa, que tem mais de um milhão de consultoras no país, segundo dados apurados pelo banco junto à Natura. Com a proximidade maior deste novo centro às áreas urbanas, é esperado redução no tempo de entrega dos pedidos, antes concentrados no centro de distribuição já existente da Natura em Cajamar (SP), onde a empresa concentra a maior parte da produção.
O novo centro deve entrar em operação no final do ano, de acordo com informações do gerente, apuradas junto à Natura. Um centro deste porte não é novidade entre os pedidos de financiamento junto ao BNDES. "Não é incomum. A indústria de bens de consumo tem se mostrado mais dinâmica dentro da economia, nos últimos anos", comentou o gerente.
De uma maneira geral, a maior pujança do setor de bens de consumo comércio e serviços, dentro da economia brasileira, tem estimulado um número maior de pedidos de financiamento deste segmento junto ao banco, na avaliação de Miller. Quanto mais aquecido o setor, maior o interesse por novos empreendimentos na área. Isso, por consequência, impulsiona o apetite por crédito para implementar projetos, observou o gerente.
Este seria um dos motivos para o avanço mais rápido no número de pedidos de financiamento junto ao banco, no setor de bens de consumo, comércio e serviços, em comparação com a indústria da transformação, salientou o gerente. "Isso é reflexo do que ocorre, atualmente, na economia real", disse, lembrando que o ritmo de atividade no primeiro ramo tem sido mais ágil do que no segundo, nos últimos seis anos.
A Natura confirmou a aprovação de financiamento junto ao banco. Sem dar maiores detalhes a respeito da nova linha pela qual receberá os recursos do BNDES, a Natura informou que utiliza as ferramentas disponibilizadas pelo banco para viabilizar investimentos diretos em aperfeiçoamentos de linhas de produtos, capacitação da área de pesquisa e desenvolvimento e implementação de centros de distribuição.
Veículo: Valor Econômico