Meta da WPP é crescer 11% no Brasil neste ano

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Considerado um dos executivos mais importantes do mercado publicitário no mundo, o executivo Martin Sorrell, presidente do grupo de comunicação britânico WPP (controlador de três das cinco maiores agências de propaganda do Brasil), tem hoje nas mãos algumas projeções que colocam o país numa nova posição dentro do mapa de operações da companhia no mundo.

Ao Valor, Sorrell diz que os negócios do WPP no país - onde controla as agências JWT, Young & Rubicam e Ogilvy & Mather - devem faturar cerca de US$ 800 milhões neste ano. O valor está 11% acima dos US$ 720 milhões registrados em 2011. O montante do ano passado equivale a 4,5% do faturamento global do WPP, que atingiu US$ 16 bilhões em 2011, alta de 7,4%. O WPP é a maior holding de comunicação do mundo, seguido de Omnicom e Publicis.

Se manter esse ritmo de crescimento, é possível que a operação da companhia no Brasil - atualmente o país está na sexta colocação - passe a França em dois anos, calcula o executivo, e fique no grupo dos cinco países principais em termos de vendas. "Tentamos não falar tanto em prazos, mas pensamos que isso poderá acontecer em 2014", diz ele. Há 36 empresas de diferentes negócios do grupo instaladas em São Paulo, incluindo TNS Interscience, Ibope Media e Millward Brown.

Com base nas projeções, as primeiras colocações no ranking em 2012 devem ser ocupadas por Estados Unidos, com estimativa de receita em US$ 5,5 bilhões, Reino Unido (US$ 2,5 bilhões) China (US$ 1,25 bilhão) Alemanha (US$ 1,15 bilhão) e França (US$ 900 milhões). Em outubro, Sorrel disse esperar que a China supere o Reino Unido em dois ou três anos.

Bem humorado - Sorrell contou piadas e chegou a dar uma irônica cutucada na concorrência -, o executivo fala em oportunidade única de crescimento no Brasil e comenta decisões "desesperadas tomadas por pessoas" para ganhar espaço no mercado local.

"Nós estamos na década da América Latina. E isso em grande parte tem a ver com o Brasil. Dentro de nossas prioridades hoje, Brasil e China lideram esse grupo, um ao lado do outro", diz ele, durante entrevista em hotel na zona sul da capital paulista. Porém, ele entende que, para crescer, é preciso avaliar com cautela ativos para eventuais compra. Há informações circulando no mercado de que o WPP tem interesse na aquisição de agências locais de mídia digital.

"Nós olhamos [negócios], mas nesse momento estamos com foco no crescimento orgânico, inclusive no Brasil. Nem sempre é fácil achar bons negócios com escala e é possível crescer, de forma forte, de maneira orgânica", diz ele. Em outro momento, explica: "O que existem algumas vezes são negócios caros e talvez eles só estejam caros porque as pessoas estão desesperadas. E você sabe o que quero dizer", disse ele, com leve tom irônico.

Nos últimos anos, WPP e o rival Publicis fizeram aquisições de peso no país. O Publicis controla DPZ e Talent e é comandado por Maurice Lévy, que tem avançado de forma mais agressiva. Lévy e Sorrell são os principais CEOs desse mercado no mundo e, num passado recente, chegaram a trocar farpas.


Veículo: Valor Econômico


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