A catarinense Mueller vai entrar no segmento de mercado dominado hoje por gigantes internacionais. A empresa acaba de lançar a primeira lava-e-seca de abertura frontal (front load) desenvolvida e fabricada no Brasil. Com o produto, baterá de frente com marcas reconhecidas, como a Brastemp, da norte-americana Whirlpool, a sueca Electrolux e as coreanas Samsung e LG. Além disso, torna mais sofisticado seu portfólio, historicamente voltado para a classe C, com os tradicionais tanquinhos e lavadoras básicas.
Segundo o diretor de Vendas da unidade de lavadoras da empresa, Márcio Gonçalves, a Special Lava e Seca chega ao mercado com preço similar ao das concorrentes, tendo como diferencial inovações que adaptam o produto ao gosto do brasileiro. "Constatamos que o consumidor não gosta de ter de se abaixar para carregar a máquina e de não poder acrescentar roupas durante a lavagem, então criamos soluções para isso", diz.
"Fabricamos lavadoras automáticas desde 2004, mas eram modelos 'de entrada'; este é um produto mais elaborado", diz Gonçalves, lembrando que a empresa foi a primeira a fabricar lavadoras no País, em 1949. A mudança acompanha a evolução do perfil dos consumidores, explica o diretor de Vendas de fogões, Alexandre Luz. "Continuamos atendendo principalmente a classe C, mas também o público que era da classe média e foi evoluindo", conta ele. Com isso, a companhia, até então com presença mais forte nas Regiões Sul, Centro-oeste e Norte, amplia sua presença no País. "Nossa participação no nordeste vem crescendo acima das outras regiões e estamos entrando agora na Região Sudeste, em função da mudança de portfólio, dos produtos que também atendem as classes A e B", diz.
Com foco no pequeno e médio varejo, a empresa agora começa a entrar nas grandes redes. "Tendo oportunidade de trabalhar com as grandes de forma saudável e atender à demanda, que é muito grande, nós atenderemos", afirma.
Dividido em quatro unidades de negócios - fogões, lavadoras, motores e condutores elétricos -, o Grupo Mueller faturou R$ 264,5 milhões em 2011, crescimento médio de 10% ao ano, empregando 1,1 mil funcionários. A unidade de fogões produz 600 mil unidades anuais, entre fogões, fogões de mesa e fornos elétricos; a de lavadoras deve chegar a 1 milhão de unidades em 2012, entre semiautomáticas, automáticas, centrífugas e secadoras.
"Acreditamos que, em função do IPI reduzido até junho, vamos conseguir continuar crescendo esse ano na casa de dois dígitos", projeta Luz. Ele conta que a empresa tem um plano de lançamentos e entrada em novos segmentos nos próximos cinco anos, mas não revela os aportes para o período.
Veículo: DCI