Data vai impulsionar os negócios do ramo após o desempenho moderado do início do ano.
Segunda data comemorativa mais aguardada pelo comércio, o Dia das Mães promete aquecer o varejo da Capital depois de um início de ano morno. A expectativa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) é que as comercializações de maio superem entre 5% e 7% as vendas do mesmo período de 2011. Com isso, o faturamento do setor no mês das mães deverá ficar entre R$ 2,09 bilhões e R$ 2,13 bilhões.
Se confirmada, a estimativa irá impulsionar os negócios do ramo após o desempenho moderado do início do ano. Em janeiro, as vendas consolidadas na Capital foram 0,42% inferiores em relação a idêntico período do exercício anterior. Já em fevereiro, houve um avanço de 2,99% na comparação com o segundo mês de 2011.
De acordo com a economista da CDL-BH Ana Paula Bastos, o Dia das Mães deste ano deve superar o do ano passado devido à conjuntura econômica mais favorável. "A taxa de juros está em um patamar melhor e acompanhamos também um melhor nível de emprego e renda", salienta. Em 2011, as vendas de maio foram 3,5% superiores às de idêntica época de 2010.
A economista ressaltou ainda a prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para itens da linha branca, o que deve impulsionar as vendas de artigos do ramo. O alívio concedido ao IPI incidente sobre móveis, laminados e luminárias também deve gerar reflexos na comercialização desses segmentos.
Conforme pesquisa feita pela CDL-BH com lojistas da Capital, 57,43% dos entrevistados apostam que o Dia das Mães deste ano irá superar o de 2011 em termos de vendas. Outros 13,37% estimam resultados similares e 29,21% falam em um recuo das comercializações.
Tíquete - O tíquete médio esperado pela maioria (43,65%) dos empresários consultados deve variar entre R$ 50,01 e R$ 100. Já para 38,07%, o valor médio do presente não deve ultrapassar R$ 50. Outros 14,72% prevêem vendas entre R$ 250,01 e R$ 500 e 3,55% dos entrevistados estimam ticket entre R$ 100,01 e R$ 250.
Na opinião de 85,37% dos lojistas, os consumidores irão optar por parcelar suas compras no cartão de crédito. Os outros meios de pagamento mais citados foram cartão de crédito à vista (5,85%), parcelado no carnê/crediário (3,9%) e dinheiro (2,93%).
As estratégias mais utilizadas para atrair a clientela serão propaganda (31,93%), descontos (23,94%), vitrine atrativa (18,07%), variedade de marcas e produtos (12,61%), bom atendimento, preço e estoques (8,4%), brinde (2,94%) e prazo de pagamento (2,1%).
Tíquete médio estimado em R$ 75,00
Roupas, flores, viagens, perfumes, bombons e até animais de estimação. Os lojistas já estão preparados para o Dia das Mães e no geral se apresentam otimistas em relação às vendas deste ano. Pesquisa da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG) mostra que a expectativa do varejo é de crescimento de, pelo menos, 20% em relação ao ano passado. A expectativa de 51% dos comerciantes é de que o tíquete médio para a data está estimado em R$ 75.
Apesar do clima de otimismo, alguns empresários estão cautelosos, visto que, em 2011, mais lojistas apostavam na data. Este ano, o estudo constatou que 73% dos comerciantes esperam superar as vendas de 2011. Em comparação com o mesmo período do ano passado, houve queda de 8%. Uma das possíveis causas é o endividamento do consumidor.
Segundo dados da empresa de consultoria Serasa Experian, o número de consumidores brasileiros que atrasaram o pagamento de suas contas subiu 4,9% em março na comparação com fevereiro. De acordo com o levantamento, no comparativo com março de 2011, houve aumento de 19,8% na inadimplência. Já no acumulado do primeiro trimestre do ano, a elevação chega a 18,2% em relação a igual período de 2011.
Diante desse cenário, alguns empresários estão mais cautelosos. "Os juros elevados ainda causam impacto nas contas do consumidor mais endividado no cheque especial e no rotativo do cartão de crédito. Isso faz com que alguns lojistas ainda tenham algum receio de apostar no Dia das Mães", explica a gerente do Departamento de Economia da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Silvânia de Araújo.
Apesar disso, ela lembra que a economia brasileira vive um momento positivo, com aumento da renda da população brasileira e ampliação da base de consumidores. " um dado estrutural que aponta firmemente para o crescimento do país", observa. Hoje, graças ao avanço do emprego formal e à maior oferta e acessibilidade ao crédito, a classe C consome produtos que antes eram exclusivos das camadas mais abastadas e a classe D se insere mais efetivamente no mercado consumidor. O resultado é o aumento do poder aquisitivo do trabalhador. Nós temos hoje mais da metade da população na classe C que, somada às classes A e B, nós chegamos a três em cada quatro brasileiros em condições de tomar um financiamento. Isso faz com que muitos se sintam motivados a comprar devido ao clima festivo da data", argumenta.
A pesquisa aponta ainda que, para atingir um faturamento positivo, os lojistas apostam, entre outros fatores, no apelo emocional da data (26,8%), na diversificação do mix de produtos (20,3%) e na confiança das pessoas no emprego (12,9%). Por outro lado, o alto endividamento dos consumidores (46,6%) e o preço elevado dos presentes (30,7%) podem frear o consumo. Os setores direcionados ao público feminino, bem como o de turismo, de lazer e serviços em geral terão destaque.
Veículo: Diário do Comércio - MG