Ataque ao greening de forma conjunta por produtores é única forma de controlar a pior praga da fruta, diz Fundecitrus
O ataque ao greening de forma coordenada e conjunta por produtores de laranja é a única forma de controlar essa que é a pior praga da citricultura, capaz de inviabilizar economicamente a plantação em poucos anos.
É essa a conclusão de levantamento do Fundecitrus (Fundo de Defasa da Citricultura) e foi o que colocou o Brasil como pioneiro no combate em escala da doença, segundo um dos maiores especialistas da área.
Professor emérito da Universidade de Bordeaux e consultor em citricultura, o francês Joseph Marie Bové diz que o Brasil é o único país a conseguir um manejo eficiente de greening em larga escala.
Apesar de a contaminação pela doença ter duplicado entre 2010 e 2011 (passou de 1,8% para 3,8% dos laranjais paulistas), a incidência é inferior a 1% em cerca de 200 mil hectares de São Paulo.
A área corresponde a um terço do parque citrícola do Estado, de 600 mil hectares.
Segundo o gerente científico do Fundecitrus, Juliano Ayres, nas regiões onde a praga foi mantida no nível "aceitável" -1%-, os produtores adotaram medidas em grupo e de forma sistemática.
Com essa constatação, o fundo vai iniciar já neste ano uma força-tarefa para mobilizar grupos de produtores em todas as regiões de São Paulo para orquestrar as ofensivas contra a doença.
CALIFÓRNIA
Um caso de greening registrado no quintal de uma casa de Los Angeles gerou alerta nos produtores da Califórnia, segundo maior Estado produtor de suco dos EUA.
Dependendo de como o problema for tratado, isso pode abrir espaço para o produto brasileiro.
"Vai depender do grau de infestação e do tempo que vai levar para reduzir a produção", afirma Marcos Fava Neves, professor de planejamento e estratégia da FEA-RP, da Universidade de São Paulo.
O Brasil exporta 1,1 milhão de toneladas de suco -170 mil toneladas vão para os Estados Unidos. A União Europeia é a maior importadora do produto nacional, com 70% das compras.
Veículo: Folha de S.Paulo