Diretoria suspendeu apuração; rede afirma que investiga o caso
A alta diretoria da rede de varejo Wal-Mart encobriu denúncias de corrupção envolvendo a operação da empresa no México, segundo reportagem do "New York Times" publicada ontem em seu site.
De acordo com o jornal, em 2005 um alto advogado do Wal-Mart foi informado, por um executivo aposentado da subsidiária da rede no México, sobre esquema de pagamento de subornos em troca de vantagens, como a rápida liberação para abertura de lojas e alvarás de construção.
O ex-funcionário teria fornecido nomes, datas e valores de propinas. Diante da denúncia, o Wal-Mart mandou investigadores ao México.
Eles encontraram centenas de pagamentos suspeitos, que somavam mais de US$ 24 milhões, e documentos que mostravam que os executivos do Wal-Mart no México não só sabiam dos pagamentos como ocultavam o caso dos chefes na sede nos EUA.
Em um relatório confidencial, o líder da investigação no México informou que havia suspeitas de violação das leis dos EUA e do México.
Ele recomendou que o Wal-Mart expandisse a investigação, mas o "New York Times" descobriu que os líderes do Wal-Mart decidiram suspender a apuração.
Os departamentos de Justiça do México e dos EUA não foram notificados e nenhum líder da subsidiária mexicana do Wal-Mart foi advertido, segundo o jornal.
O Wal Mart informou que está investigando o caso. "Se as denúncias forem verdadeiras, elas não refletem quem somos. Estamos muito preocupados e trabalhando para descobrir o que aconteceu."
Veículo: Folha de S.Paulo