Depois de dois anos de pesquisas a Malwee, confecção de Jaraguá do Sul (SC), decidiu entrar no segmento de "homewear" - roupas confortáveis para usar em casa, que ficam entre um visual esportivo e um pijama -, e está lançando a marca Liberta com foco na classe C. Paralelamente, a empresa planeja uma forte expansão no varejo este ano, onde estreou em novembro, com lojas da bandeira Malwee. Devem ser abertos mais 30 pontos de venda. Hoje são sete, cinco em São Paulo e dois em Belo Horizonte.
"A necessidade de qualidade de vida dentro da própria casa migrou para outras esferas econômicas. A classe C também quer celebrar o prazer de ficar no ambiente doméstico com conforto e qualidade", explica Guilherme Weege, presidente da Malwee, sobre a nova marca.
A Liberta engloba uma linha completa de pijamas e camisolas, além camisetas, cuecas, calcinhas, sutiens e meias. As coleções têm denominação e estilos diversos: sustentável, casual, romântico, sensual. O preço médio de um pijama da linha é de R$ 64,90; de uma regata sem costura, R$ 39,90.
Plano para 2012 prevê a inauguração de 30 lojas próprias; hoje há sete em funcionamento em São Paulo e Belo Horizonte
Para comportar a produção da Liberta, a empresa teve de reorganizar o parque fabril, que conta com sete plantas. "Nós tivemos, por exemplo, que abrir uma linha de produção para meias sem costuras. Muitas vezes o maquinário é o mesmo, mas tivemos de aprender a trabalhar com novos tecidos, como renda, liganet, modal, usados comumente na fabricação de lingeries e pijamas", afirma o presidente.
A confecção das peças da marca Liberta deve representar 15% de toda a produção da Malwee, que hoje gira em torno de 50 milhões de itens por ano. É mais que o dobro do que produz, por exemplo, a também catarinense Marisol, cujo volume está em 19,5 milhões de peças por ano.
Para divulgar a nova marca, a empresa contratou os atores Paola Oliveira e Ricardo Pereira. A distribuição será feita nas 25 mil lojas multimarcas espalhadas pelo país que já vendem Malwee e nas lojas próprias. "Nosso desafio é também buscar as lojas especializadas em homewear", completa Weege.
Os endereços com bandeira própria, todos localizados em shoppings, devem impulsionar as vendas da Liberta. "A [loja] monomarca ajuda no posicionamento. Entramos apenas em shoppings, onde não se vendia Malwee, e onde há um público formador de opinião. O resultado está sendo muito satisfatório", diz Weege, que pertence à terceira geração da família fundadora da empresa e está à frente dos negócios desde o ano passado.
Depois das lojas próprias, a companhia avalia a entrada na internet. "A Malwee abriu as lojas monomarca em shoppings para dar visibilidade ao seu mix de produtos e servir de inspiração para o canal multimarca. Dentro dessa estratégia, a loja virtual é sim uma possibilidade que está sendo estudada", observou Weege.
Veículo: Valor Econômico