Bom preço anima rizicultores do Vale

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Valor pago ao produtor subiu 69% em relação ao da safra do ano passado

A manhã do dia 3 de junho será de celebração para os agricultores de Gaspar que estão concluindo a safra 2011-2012. Na Capela Santa Terezinha, vão agradecer o preço da saca de 50 quilos de arroz, que passou de R$ 15 para R$ 25,35 – aumento de 69% em um ano – e pedir melhor qualidade do grão na próxima safra.

Na cidade do Vale do Itajaí, 300 famílias sobrevivem da rizicultura, segundo a Secretaria Municipal de Agricultura. A primeira safra terminou e os sortudos estão colhendo os frutos da soca – segunda safra que brota naturalmente – formando paisagens geométricas ao longo dos 3,4 mil hectares plantados.

Em 2011, a categoria teve a pior safra dos últimos 24 anos e 20% dos agricultores gasparenses desistiram de viver do arroz. A queda no preço da saca do grão e as fortes chuvas foram agravantes que trouxeram prejuízos à categoria. Hoje, os tempos são de esperança na lavoura.

Sérgio da Silva, produtor da localidade de Gasparinho, será um dos agricultores a ocupar o banco da capela. Há 40 anos ele vive na instabilidade da rizicultura, influenciada pelo clima e pelo preço – estabelecido conforme a lei da oferta e da procura.

Concorrência em baixa ajudou mercado local

Especialista em Engenharia da Produção, Ricardo de Castro Guedes explica que a demanda é que estabelece a baixa ou elevação do preço de venda. Segundo ele, ano passado havia muito produto no mercado e com isto o preço caiu. O secretário municipal de Agricultura de Gaspar, Alcides da Silva, ressalta que este ano a situação é diferente. Produtores de arroz sofrem com a seca – como é o caso do RS – e não têm produto com qualidade para oferecer. Paralelo a isto, outros países produtores de arroz não estão em época de safra.

Segundo Silva, o balanço da rizicultura na cidade deve fechar com 650 mil sacas de arroz, incluindo as duas colheitas. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Ivanilde Rampelotti, diz que o preço de R$ 25 está agradando os produtores, porém defende que é necessário uma política agrícola definida pelo governo federal para balizar o valor mínimo da saca.


Veículo: Diário Catarinense


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