Após um fim de 2011 magro, a Hypermarcas - de medicamentos e bens de consumo - apresentou um crescimento de 14% na receita líquida no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. O faturamento no período foi de R$ 897 milhões. "Começamos a sentir os efeitos de tudo o que viemos fazendo no ano passado para preparar a companhia para uma nova fase de crescimento", diz ao Valor o diretor financeiro da Hypermarcas, Martim Mattos. O lucro líquido aumentou 24%, na mesma comparação, chegando a R$ 40, 8 milhões.
No último trimestre de 2011, as vendas da companhia haviam crescido apenas 1%, afetadas pela política comercial adotada pela Hypermarcas no ano passado, principalmente a partir do segundo semestre. As medidas incluíam a diminuição de descontos e prazos oferecidos aos varejistas, o que ocasionou uma redução de estoques na cadeia, com vendas fracas aos distribuidores. Na ocasião, a Hypermarcas afirmou que as vendas ao consumidor final continuaram ocorrendo e que a empresa não perdeu mercado. O presidente da Hypermarcas, Claudio Bergamo, disse, em março, que não haveria desestocagem neste ano, e a empresa voltaria a "vender demanda".
As vendas no primeiro trimestre foram puxadas pela divisão farmacêutica, que registrou alta de 17,4%. A área de consumo cresceu 9,2%, conforme o balanço financeiro, divulgado no sábado. Em medicamentos, uma série de iniciativas implementadas nas áreas de vendas e marketing, para melhorar a demanda pelos produtos, foi finalizada no primeiro trimestre, de acordo com o relatório que acompanha o balanço.
Os gastos com marketing cresceram 20% no período, somando R$ 164,7 milhões, com o aumento de despesas com propaganda, promoção ao consumidor e acordos e verbas para pontos de venda. A divisão farmacêutica, segundo Mattos, recebeu mais recursos. "O investimento de marketing é um dos motores principais da Hypermarcas", diz Mattos.
A margem bruta recuou dois pontos percentuais no trimestre, para 62%, em função de ociosidade nas fábricas da companhia no início do ano. Na divisão de consumo, a queda de margem bruta foi maior, devido à redução da produção de descartáveis, informa a companhia no relatório.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da companhia foi de R$ 192,4 milhões, 11,2% menor do que um ano antes. "Apesar de um desempenho de vendas não muito satisfatório, o primeiro trimestre do ano passado teve um desempenho de Ebitda bastante forte. O mais importante para a gente é que esse resultado está de acordo com a nossa perspectiva para o ano, de um Ebitda ajustado de R$ 850 milhões", diz Mattos.
A Hypermarcas encerrou o trimestre com geração de caixa operacional de R$ 139,4 milhões, frente aos R$ 31,2 milhões de um ano antes. No quarto trimestre, no entanto, o fluxo de caixa foi 50% maior, de R$ 289 milhões. "É um número que deixa a gente bastante confortável. Gerar caixa é um dos nossos principais objetivos para o ano, ao mesmo tempo em que a companhia cresce", diz Mattos.
Após vender seus negócios de limpeza e alimentos e separar a companhia em duas divisões, a Hypermarcas está integrando suas fábricas. A unidade de medicamentos, em Anápolis (GO), foi inaugurada em setembro. A expectativa é de que a fábrica de produtos de consumo, em Senador Canedo (GO), comece a operar no terceiro trimestre. Um novo centro de distribuição em Goiânia (GO) está previsto para entrar em operação neste mês.
Veículo: Valor Econômico